domingo, 9 de agosto de 2020
Rio Anil
Rio Anil
O rio Anil não é anil e nem tem peça sobressalente. Sobre ele, o homem navegava vestido de sombras apertadas e festas insones. Quem o viu se vestir voltou a se deitar. A câmera escura da mente abre e fecha. O sol queimava de cor cinza as suas margens e as pernas dos catadores de pequenas vidas . Os mangues esverdeavam o alcance da visão. As penas vermelhas dos Guarás decompunham o azul celeste com a graça de um demente. Eles sobrevoavam a mesmice dos que vivem. O rio Anil murmura o muro que cerca o mudo. Rareiam os apelos iminentes na noite absurda. Desconversa que vai ao longe. Por favor, não chegue tarde e nem cedo do dia. Cozinha o galo que acordava a madrugada. Adoça o café fervido amargo. Amargura que se engole a seco.
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