domingo, 16 de agosto de 2020
a praça e a geometria
Arquitetura é geometria. Sentar na praça de papo pro ar ou de papo com os amigos não te permite confirmar essa premissa. A pessoa se dispersa na praça. Pra qualquer lado que se vire, ela sentirá dispersão. E essa dispersão se deve a geometria porque se não houvesse uma variedade de formas quem se sentiria bem numa praça? Numa noite dessas, a praça da Biblia se encontrava avexada de pessoas sentadas em dupla, em grupos papeando ou passeando. Não se sabe o que elas papeavam. Um pouco de suas vidas particulares e um pouco da vida dos outros para ficar no hábito. Papear é se dispersar e dispersar as suas nuances por vidas paralelas ou perpendiculares. A praça da Bibilia acabara de ser reformada e inaugurada pelo prefeito Edivaldo Holanda e ela perfazia quarenta e dois anos de existência. A praça da Biblia, nesses 42 anos, experimentou a primeira reforma no governo Jackson Lago (1988-1992) e esta reforma a favoreceu no aspecto social porque levou as pessoas dos bairros vizinhos a frequentarem. A construção ou a reforma de uma praça tira as pessoas do seu estupor rotineiro e empurra-as para o espaço publico onde conferem modas de vidas iguais aos seus e outros bem diferentes. A reforma da praça da Biblia, por mais que o governo Edivaldo Holanda tenha quisto dar um caráter religioso a ela, é uma reforma geométrica e como tal ela privilegia o espaço e o uso que as pessoas fazem deste espaço.
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