A familia Introvini de plantadores de soja veio de outra freguesia para mandar na freguesia dos outros. Eles nao vieram da "freguesia do o" mas bem que podiam cantar "aqui pra voces" para os maranhenses. O Andre Introvini nao escancarou de imediato que ele e seu pai Gabriel Introvini queriam cantar de galo ou de galos na freguesia do municipio de Buriti. Nao e que nao quis. Ele nao cantou de galo porque chegou em Buriti puxando a cachorrinha. Edmilson, presidente da associacao do povoado Araca, recordou-se bem das primeiras vezes em que viu o Andre Introvini. " Ele andava de moto." Eram poucas as pessoas que podiam comprar e manter uma moto no comeco do seculo XXI. O Andre subiu um pouco na escala social dos motorizados. Ele passou a dirigir uma caminhonete. Custou um pouco,mas as ultimas safras de soja deram vazao aos desejos reprimidos de amplos setores da sociedade brasileira. Recentemente, a familia Introvini alargou seus horizontes de destruicao da vegetacao nativa de Buriti com o pedido para desmatar tres areas cujos processos a Secretaria de Meio Ambiente do maranhão analisa. Uma dessas areas foi motivo de audiencia na promotoria. O promotor convocou os Introvini para informa los que nao aceitaria mais desmatamentos no municipio e que proporia a camata de vereadores uma lei que proiba novos desmatamentos.
Mayron regis
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Eu sou o documento de minha terra
Como
imaginar o documento de uma terra? Se esta terra não tem dono. A terra nunca
teve dono – a terra é de todos que trabalham nela. O bem comum produzido e
desenvolvido no espaço é usufruído por todos.
Relembrando
as aulas de história sobre “Comunismo Primitivo”, Engels em sua importante obra
“A origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado” – utilizou métodos
materialistas retomando o assunto desde o início da civilização humana, com uma
abordagem sobre o trabalho primitivo que era feito para suprir as necessidades
básicas e imediatas dos grupos familiares, não havendo, portanto preocupação
com o acúmulo de riquezas (sobras). A “TERRA PERTENCIA A TODOS E NÃO HAVIA
ESCRAVIDÃO”.
Em
Gonçalo dos Mouras – município de Urbano Santos, povoado às margens da MA-225,
terra de posse da família “Mouras” -, área da comunidade atingida pelas
plantações de eucaliptos e que vem enfrentando um conflito pela posse da terra
desde décadas remotas. O velho Gelson Ferreira, que não é “Mouras”, apenas sua
esposa, recebeu esse sobrenome porque seu pai exercia a profissão de
“Ferreiro”. Os problemas de Gonçalo acentua no calendário dos vários conflitos
no campo nas décadas de 60, 70 e 80. A CPT naquela época acompanhava as
comunidades coletando dados desses fenômenos que se perpetuaram até os dias de
hoje. A CEB era a de Tabocas, que até agora está de pé.
A
Terra de Gonçalo foi ocupada por famílias camponesas desde a década de 20, hoje
já na quarta e quinta geração os trabalhadores rurais ainda resistem os
desacatos dirigidos a eles. A questão se arrasta há décadas e décadas, ao ponto
de se chegar ao extremo – como por exemplo a morte misteriosa de duas pessoas
na década de 70 que não vale ao repórter entrar em detalhes, obviamente por
falta de conhecimento do caso. Mas aconteceu e os moradores mais antigos do
povoado assim como o Gelson, sabe contar detalhadamente os fatos ocorridos.
A
comunidade atravessou gerações e a terra de modificou, as chapadas da frente
das casas foram substituídas por eucalipto, o rio baixou seu nível d` água e os
chamados gaúchos compraram e/ou grilaram o restante das matas e chapadas. Pouco
restou para a agricultura familiar, para os camponeses fazerem suas roças e
botarem seus animais para pastar. Ficaram encurralados entre o rio e as
plantações de eucaliptos. Sentiram a necessidade de criar uma Associação de
Moradores para assim, fortalecer a luta, sendo que a única área que eles têm
alguém já está de olho nela há muito tempo; eis a questão! Pois a terra hoje em
dia - principalmente no Baixo Parnaíba maranhense é sinônimo de capital e
poder. Os programas de expropriação e expulsão de homens e mulheres do
campo representado pelo MATOPIBA -, a única fronteira agrícola do cerrado
brasileiro do qual o Território do Baixo Parnaíba está incluso.
A
comunidade tem resistido às demandas. Os netos de Gelson assumiram a luta, como
sua esposa, Dona Antonia, que disse: “Se nós perdemos essa terra onde meus
filhos e netos vão trabalhar”? “Esse pedaço de terra é tudo que nós temos”,
acrescentava. Gelson o maior líder dos posseiros desde cinco décadas atrás é um
homem de conhecimentos gerais, teve sua formação nas escolas das CEBs e da vida
– viajando com amigos advogados e religiosos, deficiente de cegueira, não
enxerga nada, anda pela casa com sua bengala, aconselhando e encorajando seus
filhos e netos na luta pelos seus direitos. Durante sua vida passou por muitas
adversidades e pelejas que lhe marcaram momentos de perdas e conquistas na
existência dos dias. Durante a reunião de criação da Associação, em sua fala
disse que certa vez uma pessoa lhe perguntara sobre o documento dessa terra. E
ele sabiamente lhe respondeu: “Eu sou o próprio documento de minha terra! Meu
bisavó, avô e pai nascerem e se criaram aqui e aqui estou com meus filhos e
netos! Existe documento e prova maior”?
José Antonio Basto
Comunidade Gonçalo dos Mouras -
Urbano Santos, Baixo Parnaíba maranhense
O que sobrou após a passagem do fogo
O que sobrou da vegetação após a passagem do fogo ? As cinzas, as arvores ressecadas e a sequidão do clima. Os funcionários da Suzano Papel e Celulose, responsaveis pelo combate ao fogo nos plantios de eucalipto da empresa, informaram ao Deuzim, morador do povoado Coceira, municipio de Santa Quiteria, que se viram obrigados a cortar um pedaço do arame liso da comunidade. Os moradores compraram o arame liso, bem mais caro, para cercar os 1000 hectares de Chapada titulados pelo Iterma em vez do arame farpado porque não há perigo de roubarem. A comunidade cercou mais de 1000 hectares de Chapada, mas nem tudo que está dentro do cercado lhe pertence. Há um experimento da Suzano Papel e Celulose que alguns veem como eucaliptos transgênicos enquanto outros veem como uma variedade de eucalipto pensada para consumir menos agua. O Gilmar da Masul, plantador de soja da região do Baixo Parnaiba, possui titulos de terra do Iterma dentro da Chapada do Coceira comprados da mão de pessoas desconhecidas na região. É uma prática recorrente do Gilmar, de outros plantadores de soja e da Suzano Papel Celulose comprarem posses ou titulos do Iterma que chegam a 200 hectares os quais se transformam em fazendas de 2000 hectares. As comunidades de Tabocas e do Baixo a Coceira 2 requereram a regularização fundiária de uma grande extensao de Chapada entre as duas comunidades que tem por nome Baixão do Luciano. O Gilmar providenciou dois titulos de terra de 200 hectares nessa Chapada. Não para si. Rateou-se a Chapada em quatro fazendas ou seja os 200 hectares, futuramente, tornar-se-ião fazendas de mil a dois mil hectares cada uma.
Mayron Régis
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
sentir a fundura
A agua desce a Chapada sem se mostrar as pessoas. Ela desce ligeiro tao ligeiro que nao marca o chao. Quem presta atencao ve la impetuosa dona desse mundo. Perde se a paciencia porque a agua nao permite a passagem nesse mundo turvo. O seu mundo dura pouco poucos minutos poucas horas poucos dias poucos meses. A agua desceu forte e o mundo veio abaixo. Abaixo dos pes mas se o mundo for fundo quem mergulha para sentir a fundura ?
mayron regis
terça-feira, 5 de setembro de 2017
ansia pela verdade
Nem tao longe. Nem tao perto. Alguem perguntara se o povoado Mundo Novo ficava longe. O filho do Edmilson que brincava com um amigo respondeu. Ai voce duvida da resposta e duvida mais ainda re si por ter perguntado. Quem mandou pwrguntar ? Ansiava por uma certeza. Adentraria nas Chapadas e desceria aos Baixoea de Buriti para obte la ?
mayron regis
mayron regis
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Onde cair morto
O senhor Raimundo "fulo de pau seco" e sua familia nao tem onde se encostar ou não tem onde cairem mortos no povoado das Cacimbas, municipio de Buriti. Eles dividem vinte e poucos hectares de Chapada com outras familias. O filho do antigo proprietario vendera 150 hectares ao Andre Introvini logo em seguida a morte do pai. Na cabeca do filho, nao havia nenhuma obrigacao de guardar um pedaco daquela Chapada para os moradores. O seu Raimundo fora atras dos seus direitos. A justica de Buriti determinou que o Andre lhe fornecesse uma quantidade de arroz todos os anos e as familias ganharam os vinte e poucos hectares quando era para nao ganharem nada.
Mayron Regis
Mayron Regis
sábado, 2 de setembro de 2017
Admire o dia
O que voce não quis ver saiu da mira. Saiu do fogo da mira. Saiu
admirado. Fustigado. Admire o dia que veio ao seu encontro. O Gonzaga não ergueria sozinho o
galinheiro no quintal da sua casa no povoado Angelim, município de Buriti. Arregimentara
os filhos que sob sua batuta cortariam madeiras e as levariam para o fundo da
casa. Ele e um dos filhos traziam uma madeira que serviria como forquilha para
o galinheiro. Um amigo e o outro filho cavavam buracos. A filha socava arroz no
pilão. (Deve ser fácil socar pilão, pode-se pensar. Que nada!!! A menina socava com uma destreza que não é para qualquer um e o arroz se mantinha dentro do pilão.) A mãe ofereceu cadeiras para quem quisesse sentar. O sol nessa manhã de setembro não perdoava. Só um quis a cadeira. O restante permaneceu de pé. A conversa convergiu para o galinheiro e para as questões daquela terra.
A posse de Gonzaga interage com a de seus irmãos nos 200 hectares que pertencem a família. O Andre Introvini propos diversas vezes que ele vendesse a terra. Outro dia, um "gaucho" chegara de mansinho e perguntara se ele era o Gonzaga. Sim, era. Não queria trocar essa Chapada por um terreno a beira do rio ? Não, respondeu o Gonzaga. Desde criança roçava a Chapada e roçar a beira do rio é outra história. Muita pedra.
Um dos irmãos do Gonzaga vendeu 15 hectares ao Andre Introvini, plantador de soja. O Gonzaga o aconselhou a não vender. A sua resposta foi que ninguém dava ordens no que era dele. Assim que vendeu, ele quis comprar os 15 hectares de volta. Ele devolveria o dinheiro e o Andre devolveria a terra. Quanta ingenuidade. Um sojicultor ao por suas mãos em algo so vende este algo por um preço muito acima do que gastara. Andre recusou a proposta e o irmão do Gonzaga briga com moradores de uma comunidade vizinha por um pedaço de terra ao qual não tem nenhum direito.
A posse de Gonzaga interage com a de seus irmãos nos 200 hectares que pertencem a família. O Andre Introvini propos diversas vezes que ele vendesse a terra. Outro dia, um "gaucho" chegara de mansinho e perguntara se ele era o Gonzaga. Sim, era. Não queria trocar essa Chapada por um terreno a beira do rio ? Não, respondeu o Gonzaga. Desde criança roçava a Chapada e roçar a beira do rio é outra história. Muita pedra.
Um dos irmãos do Gonzaga vendeu 15 hectares ao Andre Introvini, plantador de soja. O Gonzaga o aconselhou a não vender. A sua resposta foi que ninguém dava ordens no que era dele. Assim que vendeu, ele quis comprar os 15 hectares de volta. Ele devolveria o dinheiro e o Andre devolveria a terra. Quanta ingenuidade. Um sojicultor ao por suas mãos em algo so vende este algo por um preço muito acima do que gastara. Andre recusou a proposta e o irmão do Gonzaga briga com moradores de uma comunidade vizinha por um pedaço de terra ao qual não tem nenhum direito.
mayron régis
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