sábado, 30 de janeiro de 2010

Feira Potencialidades Agroextrativistas de Mata Roma/MA

Confira algumas imagens da Feira realizada em Mata Roma na ultima sexta-feira (29/01/10).

Faixada  na Rodoviária


Barraca  da Pastoral


Barraca Comunidade local


Barraca de  comunidade local


Barraca de comunidade local


Entrega de certificado para os participantes do programa


Entrega de certificado para os participantes do programa


Jovens Participantes  do Programa


Grupo de Capoeira local



Tambor de Criola da Comunidade de Bonsucesso


Peça Teatral retratando realidade do Riacho Estrela


Tambor de Criola da Comunidade de Bonsucesso


Alguns dos participantes do Programa

Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação – PAN -Brasil
Projeto: Ciranda Agroecológica

Realização: Fórum Carajás e APREMA

Fotos : Fórum Carajás

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A SLC e o IFC nos Cerrados do Maranhão


Foto: Fórum Carajás


O IFC, braço financeiro do Banco Mundial, aquele que empresta dinheiro para empresas, acura as suas relações com a sociedade civil como pôde ser visto nos casos dos empréstimos para o grupo Bertin e para a SLC, mas o IFC tabela mais com iniciativas nacionais e pouco tabela com  organizações locais.
Ele corrobora a mesa redonda da soja responsável, aquela mesa onde os atores da cadeia produtiva da soja e as organizações não governamentais do Brasil se sentam como confrades para debulhar práticas mais sustentáveis para a indústria da soja. Com relação aos Cerrados, área de expansão da soja, a mesa redonda da soja aterrissa a discussão na preservação de áreas com alto valor de biodiversidade.
A degradação de quase ou mais de 50% dos Cerrados brasileiros  por parte das indústrias da soja, do eucalipto, do etanol e da agropecuária açambarcou parte da biodiversidade e o que sobrou dessas áreas vacila perante novos investimentos preconizados pelo Estado Brasileiro e pelas instituições de financiamento multilaterais.  
Quando o IFC procura o Instituto Centro e Vida (ICV), do estado do Mato Grosso, para se informar sobre áreas de alto valor de biodiversidade no Maranhão, alguém suporia que neste estado a sociedade civil arma uma barriquinha no centro de São Luis no aguardo de turistas.
Por conta de uma denúncia feita em 2007 a respeito da forma como o IFC liberou um empréstimo para a SLC comprar terras em vários estados, entre eles o Maranhão, sem escutar a sociedade civil maranhense, alguns funcionários dessa instituição se obrigaram a ver o estado com outros olhos.
Almoçar ou merendar com a sociedade civil até que vai, mas o principal mesmo o Estado brasileiro e as instituições de financiamento multilaterais dificilmente abrem mão. Quaisquer enlaces com os Cerrados devem partir do mercado, até mesmo a proteção ambiental, como se viu nas recentes compras da SLC de mais de cinco mil hectares em Alto Parnaiba, sul do Maranhão, e mais de 8 mil hectares, no estado do Mato Grosso. A empresa as referenciará como áreas de reserva legal de futuros desmatamentos.
 No dia 20 de janeiro de 2010, as comunidades da Baixa Grande, São Benedito, Bicui e Alto Bonito, município de São Bernardo, Baixo Parnaiba maranhense, denunciaram que funcionários ou ex-funcionários da SLC compraram posses de trabalhadores rurais e depois a regularizaram em cartórios da região, como o de Brejo. Eles regularizaram com vinte vezes o tamanho da posse original como no caso de uma posse de 70 hectares na comunidade de São Benedito que virou uma propriedade de quase 1500 hectares. Nessa área a comunidade coleta espécies frutíferas como murici e mangaba.
Outro caso conhecido é o da comunidade da Baixa Grande, onde o sabido  é que a mulher de um funcionário ou ex-funcionário  da SLC desmembra posses de uma família da comunidade e influencia o poder público local para  autorizar o desmatamento.  Com a prefeitura e a câmara de vereadores de São Bernardo anuindo com o pedido formulado por esses funcionários ou ex-funcionários, a secretaria de meio ambiente do Maranhão licencia o desmatamento seja qual área  for e seja de que tamanho, ainda que seja do Estado.
O presidente da associação de São Benedito desde 2007 amiúda visitas aos órgãos fundiários. As primeiras sondaram o Incra sobre um possível processo de desapropriação. Lá descobriu que a terra é pública e daí foi ao Iterma, o que, por enquanto, pouco adiantou. A legislação de São Bernardo, assim como de Barreirinhas, Mata Roma e São Benedito do Rio Preto, proíbe o desmatamento de mata nativa com a finalidade de converter a área em plantios de soja ou eucalipto.

 Mayron Régis assessor Fórum Carajás
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ex-funcionários da SLC Grilam Terras Públicas no Baixo Parnaíba

Foto: Fórum Carajás

 
                         As comunidades da Baixa Grande, São Benedito, Bicui e Alto Bonito, município de São Bernardo, Baixo Parnaiba maranhense, vêm a público denunciar que funcionários ou ex-funcionários da SLC compram posses de trabalhadores rurais e depois a regularizam em cartórios da região, como o de Brejo. Eles regularizam com vinte vezes o tamanho da posse original como no caso de uma posse de 70 hectares na comunidade de São Benedito que virou uma propriedade de quase 1500 hectares. Nessa área a comunidade coleta espécies frutíferas como murici e mangaba.
            Outro caso conhecido é o da comunidade da Baixa Grande, onde o sabido  é que a mulher de um funcionário ou ex-funcionário  da SLC desmembra posses de uma família da comunidade e influencia o poder público local para  autorizar o desmatamento.  Com a prefeitura e a câmara de vereadores de São Bernardo anuindo com o pedido formulado por esses funcionários ou ex-funcionários, a secretaria de meio ambiente do Maranhão licencia o desmatamento seja qual área  for e seja de que tamanho, ainda que seja do Estado.
            O presidente da associação de São Benedito desde 2007 amiúda visitas aos órgãos fundiários. As primeiras sondaram o Incra sobre um possível processo de desapropriação. Lá descobriu que a terra é pública e daí foi ao Iterma, o que, por enquanto, pouco adiantou. A legislação de São Bernardo, assim como de Barreirinhas, Mata Roma e São Benedito do Rio Preto, proíbe o desmatamento de mata nativa com a finalidade de converter a área em plantios de soja ou eucalipto.
Mayron Régis, assessor Fórum Carajás 
Atividade realizada no dia 20 de janerio de 2010 com recursos da organização alemã ASW  

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Bacuri como instrumento para a conservação e a manutenção das populações tradicionais


 
Foto : Fórum carajás


O Fórum Carajás é uma organização não governamental, estruturada em parceria com uma teia de entidades, cujas finalidades são acompanhar as políticas públicas de desenvolvimento e elaborar propostas de padrões alternativos de produção e consumo em bases sustentáveis. Visando a cumprir com essas metas o Fórum Carajás é um dos executores do Programa Baixo Parnaíba Território Livre. Este se configura como um abrangente programa de intervenção na região do Baixo Parnaíba Maranhense cujo objetivo principal é conter o avanço do agronegócio baseado em monoculturas sobre grandes extensões de terras. Essa dinâmica, que tem o próprio motor no interesse da exploração econômica por parte de latifundiários e/os especuladores, vem causando severos estragos ambientais e violações dos direitos humanos, econômicos, sociais e culturais de um grande número de comunidades rurais.


Um dos eixos de intervenção do Fórum Carajás dentro do Programa Territorio Livre é o fomento à criação de Unidades de Conservação (UC), juntamente à atividades de tutela das àreas prioritárias para a biodiversidade. Por isso foi realizado uma primeira etapa de um processo que no longo termo visa a costituição de outra Reserva Extrativista na região do Município de Chapadinha. Essa primeira fase de atuação, cujo resultado consta nesse documento, consistiu em um levantamento junto as comunidades dos dados necessários a caracterizar a área como adequada à criação de uma reserva baseada nos critérios do extrativismo efetuado por comunidades tradicionais. Tal levantamento foi conduzido por, Amanda Freire e Mayron Brito Borges .

O conteúdo desse documento portanto se configura como:


1. Documentação, relaboração e sintetização dos dados coletados, cuja finalidade é demonstrar a importância da preservação de áreas de Cerrado caracterizadas por alta densidade de bacurizeiros considerando o forte vínculo de dependência que existe entre a sobrevivência e reprodução das comunidades e o meio ambiente.

2. Descrição dos elementos chaves da àrea proposta para Reserva Extrativista, com a finalidade de demostrar a viabilidade da proposta e a necessariedade de uma UC .

3. Demonstração e relato sobre os estragos causados pela devastaçao já avançada de grande parcelas do Cerrado Maranhense.

4. Instrumento para a divulgação e a pressão política, a ser usado em prol das comunidades na luta contra os interesses econômicos dos latifundiários e dos lobbies especulativos.


http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

Feira: Potencialidades Agroextrativistas de Mata Roma

Educação Ambiental no Baixo Parnaíba para jovens quilombolas: ciranda agroecológica

Foto: Fórum Carajás

Feira: Potencialidades Agroextrativistas de Mata Roma

Convite


O Fórum Carajás, a APREMA e as Comunidades de Quilombolas de Mata Roma convidam para a Feira e Seminário: Potencialidades Agroextrativista de Mata Roma , onde serão expostos e comercializados produtos agroextrativistas da região confeccionados pelos participantes do Projeto: Ciranda Agroecológica e de outras comunidades convidadas da região do Baixo Parnaíba.

O evento será realizado na cidade de Mata Roma no dia 29 de Janeiro de 2010(sexta-feira), na praça da rodoviária, conforme a programação em anexo. Ao final do dia serão apresentadas: peça teatral com temática ambiental local e danças tradicionais como Tambor de Criola e o Bumba meu Boi de Bom Sucesso


Contamos com sua presença e participação,

Cordialmente,


Aprema
Fórum Carajás
Comunidades de Mata Roma



Programação
Data: 29 de janeiro de 2010 (sabado)

Local: Praça da Rodoviária de Mata Roma



Dia 29 de janeiro de 2010
Manhã
8: 30 Inicio da organização da feira

10: 00 Painel 01: Análise de conjuntura : aquecimento global e processos de desertificação no cerrado maranhense e estratégias de combate.

11: 00 Painel 02: Programas para Sustentabilidade nos cerrados

12: 30 Almoço

14: 00 Feira: Exposição de Produtos do Cerrado


19: 00 Noite Cultural dos povos do Cerrado
Apresentação do Teatro do Povo de Mata Roma e danças locais.


Organização: Fórum Carajás, Aprema e Comunidades locais

Apoio: Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação – PAN -Brasil
DED, GTZ, Cooperação Alemã, ASA, IICA, MMA

Parceria: ICCO, Misereor, Conab, MDA, STTR de Mata Roma

Por: Cristiane Macau
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Relato da Audiência de Quilombo Alto Bonito - Município de Brejo -MA

Estivemos, pelo CONSEA-MA a Presidente em exercício Ana Tereza Pinto e o Conselheiro Kurt Clajus e, pelo FMSAN, eu, Ermelinda Maria em Brejo no dia 19.01. Esteve também a Secretaria de Igualdade Racial representado pelo Reinaldo Avelar e a Assessora Jurídica.
Chegamos pela manhã, e havia sido nomeado um advogado. Estivemos no STTR e com o secretario municipal da Igualdade racial.

Fomos ao Quilombo Alto Bonito e encontramos uma comunidade perplexa e perdida, mas unida e disposta.O Presidente muito estimado.


Quando retornamos para acompanhar a audiência encontramos o Deputado Federal Domingos Dutra preparado para ser o advogado de defesa dos quilombolas, o que nos deixou muito mais tranquilos.


Logo nas primeiras perguntas às vitimas, apesar da oposição da Juíza, que queria tratar a ocorrência simplesmente como um CRIME ele encaminhou para a questão cultura quilombola de andarem e deliberarem juntos; para o hábito local, inclusive dos colocados como vítimas no processo, de andarem com facões e espingardas; e, para demonstrar que ao contrário do afirmado os quilombolas não portavam espingardas e utilizaram as que eram de José e Antonio Valentim. Foi uma inversão de fatos.

Também, sempre frisava a questão da terra quilombola, o que não era aceito pela Juíza, dizendo que ainda não havia reconhecimento, ignorando totalmente que a Lei diz que é AUTO RECONHECIMENTO ÉTNICO, bem como que a comunidade é certificada pela Fundação Palmares.


Domingos Dutra foi encaminhando os questionamentos para sua tese de defesa e, contemplou com suas perguntas todas as bases de uma defesa pela luta da terra quilombola.


Nitidamente uma ação assim não era esperada naquela audiência. A Audiência terminou no dia 20.01 às 20.00horas. Praticamente mais de 24 horas de inquisições.


Mas, terminou com uma vitória, RAIMUNDO TERESA, o Presidente da Associação Quilombola de Alto Bonito, após mais de 60 dias preso, foi libertado.

A comunidade que esteve todo o tempo na rua, debaixo de sol e chuva aguardando, festejou.


Aqui vamos relatar que, confirmando os depoimentos da comunidade de que a Juiza proíbe o acesso da comunidade ao saguão do Fórum, quando quisemos adentrá-lo a porta estava trancada e não era permitida a entrada de nenhum membro da comunidade, e nem a nossa, no saguão. Tiveram que ficar na rua em frente e ao lado do Fórum. O Sargento Feitoza tão amigo de nos proibir, inclusive a mulher e filha de 14 anos operada de apêndice de Raimundo Teresa, praticamente batia continência todas as vezes que Sergio Japonês passava por ele e seus homens. Uma total discriminação, o que demonstra muito bem o tipo de tratamento que os quilombolas estão recebendo dos órgãos institucionais naquele município.

Comunicamos ao Sargento Feitoza que não sairíamos do saguão por que lá era público e tínhamos ido para participar da audiência e, pleiteamos pela entrada da filha e mulher de Raimundo Teresa.
Conseguimos, por interveniência do Deputado Domingos Dutra, participar da audiência.

E, ficamos perplexas quando a Promotora de Justiça de Brejo, perguntou ao sr. José Antonio Valentim, o pai, se lá nas terras vinte anos atrás quando ele chegou aquele povoado já havia uma comunidade de "pessoas com a pele mais escura".

Isto não é crime de racismo???????

Bom, mas vamos festejar !!!!!!!! O encaminhamento do processo sofreu reversão, a questão da terra vai ser discutida, e principalmente Raimundo Teresa voltou para casa......

Proximamente colocaremos aqui o relato do processo.

Abraços felizes,

Por: Ermelinda Maria ( Fórum Segurança Alimentar)

SUZANO Desmata Ilegalmente no Baixo Parnaíba




Desmatamento em Anapurus/MA (Foto: Fórum Carajás)


Quem almeja o palato de uma empresa como a Suzano Papel e Celulose deve passar na comunidade de Currais, município de Mata Roma, e inteirar-se sobre a Chapada de mais de 20 mil hectares, entre os povoados dos Macacos, Prata, Veredas e Formiga, município de Anapurus, Baixo Parnaiba maranhense. O discurso da sustentabilidade proveniente da Suzano e de suas empresas de consultoria pouco altera um fato no Baixo Parnaiba maranhense: desmata-se de forma ilegal em Anapurus, Urbano Santos e Santa Quitéria. O senhor Valcimar, morador dos Currais, relanceou a informação, de um morador de uma das comunidades vizinhas ou mesmo alguém que se informara por outrem, que a Suzano quer desmatar quase dez mil hectares da Chapada para depois plantar eucalipto. Caso isso seja verdade, o tamanho da área implicaria em licenciamento por parte do Ibama e não por parte da Sema.  Implicaria em estudo de impacto ambiental. Implicaria em tornar público em meios de comunicação. Implicaria em comunicar as comunidades vizinhas. Nada disso foi feito. Outras irregularidades cometidas pela empresa: entre 2008 e 2009 foram permitidos os cortes de mais de cinco mil bacurizeiros para serrarias e que boa parte dessas áreas são terras do estado. Em Urbano Santos, a empresa já avisou moradores do povoado Bebedouro para cortarem o máximo de bacurizeiros possíveis porque ela vai desmatar as suas áreas e, anteriormente, ela tentou começar um desmatamento na Boa União só que a comunidade impediu.


Foto: Fórum Carajás

Por: Mayron Régis, assessor Fórum Carajás
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Reservas Extrativistas: processos em andamento no Instituto Chico Mendes

- Rio Novo dos Lençóis (Paulino Neves): está em processo de análise do estudo fundiário;
- Cacimba do Boi (Duque Bacelar e Buriti): necessita realizar os estudos socioambiental e fundiário, que são prioritários para o ano de 2010.
Maria Goretti M. Pinto
Analista Ambiental
Coordenação de Criação de Unidades de Conservação - CCUC
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio
 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Os Projetos de Plantios de Eucalipto no Estado do Maranhão


O estado do Maranhão pertence às áreas de transição. A maioria dos estudos cita de raspão essa característica fundamental desse estado. Um ou outro estudo bota um pouco mais de lenha no fogo da cozinha para requentar a panelada de informações cientificas que esfriou. A forma como os grandes projetos de infra-estrutura e de produção de bens primários e de bens semi-elaborados pretendem desenroscar os muitos aspectos da realidade social, ambiental e econômica dessa região tende a ser impermeável.
O mapa acima foi fornecido pelo professor Expedito Barroso, da Universidade Estadual do Maranhão, em Imperatriz. Ele diz respeito a áreas novas e áreas não tão novas onde a Suzano Papel e Celulose racionava informações sócio-ambientais e econômicas para o seu projeto de reflorestamento com eucalipto. Segundo a empresa, os quase 400 mil hectares nas regiões oeste e sudoeste, dos cocais e do Baixo Parnaiba supririam a demanda mundial crescente por celulose, mas, principalmente, a demanda da China. Um país que cresce vertiginosamente de 8 a 10% por ano precisa de muito papel.
Boa parte da pesquisa cientifica vive no reino da estatística e no reino dos índices. A pesquisa cientifica capitaliza para si os valores que as empresas providenciam para o levantamento de informações dos estudos de impacto ambiental. Os estudos de impacto ambiental poderiam insuflar a sociedade a rechaçar projetos como hidrelétricas, como siderúrgicas, como plantas de celulose e etc.
Subtende-se, nos preâmbulos entre empresa, pesquisadores e órgão de licenciamento ambiental, que os estudos cumprem mera formalidade temporal, legal e litúrgica . Dentre os vários pesquisadores da academia acionados pela Suzano para as coletas de dados, o professor Expedito Barroso taxou a proposta da empresa como uma coisa anódina, típica de companhia das bananas, como no livro “Cem anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Marques. Que pesquisadores se gabariam por um estudo de impacto ambiental pronto em um mês?
Com quantos hectares de eucalipto se faz uma pesquisa decente? Um dos integrantes da equipe de pesquisadores do Eia-Rima do projeto da Margusa, de 2006, declarou que a STCP, na epoca contratada da Gerdau, pedia para retirarem pontos polêmicos do estudo. Em agosto de 2009, a STCP e da Idesa, empresas de consultoria contratadas pela Suzano, em Imperatriz, oeste do Maranhão, agraciaram as organizações da sociedade civil com uma bateria de perguntas.
O dia, daquele mês de agosto, encerrou-se e as organizações cobraram o envio do relatório da reunião para os respectivos endereços eletrônicos, contudo até o mês de janeiro de 2010 nada foi enviado. Agosto de 2009 pra frente, as informações prestadas pela sociedade civil de Imperatriz se petrificaram em sigilos de segurança empresarial.
Na região Tocantina, a Suzano comprou 80 mil hectares de plantios de eucalipto da Vale do Rio Doce. Com esses plantios, a Vale produzia ferro-gusa nos seus fornos em Açailândia que ficam do lado do assentamento Califórnia. Os assentados ocuparam a guseria da Vale em 2008 para chamar atenção dos impactos socioambientais ocasionados pela queima incessante de eucalipto nos fornos. Nessa parte do Maranhão, sobra pouca alternativa para a agricultura familiar e para os agroextrativistas. A produção de arroz nas propriedades dos agricultores familiares morre pela grande quantidade de agrotóxicos no lençol freático.  E o extrativismo do babaçu compete com as carvoarias pelos cocos de babaçu.
Esses 80 mil hectares faziam parte do projeto Celmar, da Vale do Rio Doce. Plantios de eucalipto para celulose. Com a crise no setor, os plantios nos municípios de Açailândia, Cidelândia e etc foram direcionados para a indústria de ferro-gusa na região. Uma parte do minério de ferro é exportada. A outra parte vai para as guserias de Marabá, Açailândia, Santa Inês e Bacabeira que precisam de mais e mais áreas de mata nativa e de monocultura de eucalipto para acinzentarem seus fornos de ferro-gusa.
Mayron Régis, assessor Fórum Carajás

Audiência de julgamento do processo 411/2008 dos oito quilombolas

Brejo (MA), 19/01/09

Quilombo Alto Bonito - Município de Brejo -MA

Muitos problemas envolvem os quilombos maranhenses e a inércia do INCRA de regularização de suas terras é criminosa.

Hoje pela manhã estive no INCRA, setor quilombola, para providenciar cópia integral dos documentos do processo do Quilombo Peixe, em tramitação conturbada e perigosa.

Lá encontrei o quilombola de Alto Bonito, JOSÉ OÉLIO DE OLIVEIRA SANTOS e o Secretário de Políticas Agrárias do STTR Brejo, FranciscoValderi Monteles.

E, tomei conhecimento de que lá no Quilombo Alto Bonito, a luta pela terra já desembocou em tiros e golpes de facão, conforme relato que escutei dos dois.

Ao tentarem evitar uma devastação ambiental promovida por dois quilombolas - José e Antonio Valentim (pai e filho) -, por orientação do INCRA, em 2007 uma comissão formada por 8 (oito) participantes/diretores da Associação se dirigiu à área onde eles estavam atuando e devastando.

Ao tentarem conversar foram recebidos a tiros pelos dois que feriram Balica e de raspão Raimundo Nonato Gomes - Raimundo Teresa -, presidente da Associação. Os demais ficaram paralisados assistindo e amedrontados, segundo relato de José Oélio.

Balica ao ser atingido sacou de um facão e enfrentou o agressor Antonio Valentim, mas teve o facão tomado e foi ferido gravemente na cabeça e nos braços.

Raimundo Teresa, mirado pelo pai José Valentim, tomou-lhe a espingarda e com a coronha bateu no agressor, que o atacou com o facão e cortou-lhe superficialmente a garganta.

Os demais ao verem Balica no chão socorreram-no e levaram os dois feridos para serem atendidos em Brejo. Balica em estado grave, foi transferido para SLZ.

Raimundo Teresa, acompanhado do secretario de Políticas Agrárias do STTR de Brejo, foi à delegacia de polícia e fez Boletim de Ocorrência.

O Ministério Público requereu, foi atendido e foi efetivado mandado de busca e apreensão de armas nas casas dos quilombolas participantes da comissão. Foram encontradas espingardas e facões.

Desconheço no meio rural trabalhador que não possua FERRAMENTA DE TRABALHO - FOICE E FACÃO.

Quanto às espingardas também possuem. O erro é que não são registradas, visto o custo que muitas vezes é maior do que o da própria arma, além de longe e difícil. Este foi um dos motivos pelos quais votei contra o desarmamento no plebiscito, por conhecer a realidade da zona rural.

Instaurado o Processo 411/2008, em que são acusados de 'BANDO", elementos perigosos, portadores de armas, e que só andam juntos, 8 (OITO) QUILOMBOLAS DE ALTO BONITO.

Raimundo Teresa, chamado à delegacia para prestar depoimento, foi preso e se encontra detido a cerca de 60 dias.
NÃO HÁ PROCESSO CONTRA JOSE E ANTONIO VALENTIM.

Uma família de japoneses proprietária de 16 (dezesseis) propriedades rurais na área, alega ser "dona" da área, TERRAS DO QUILOMBO ALTO BONITO, em que foi a comissão negociadora e, que os dois quilombolas agressores estavam trabalhando para eles.

Audiência de julgamento do processo 411/2008 dos oito quilombolas é dia 19 de janeiro, ás 15.00 horas, no forum de Brejo.

Necessitamos levar uma delegação da sociedade civil para acompanhar o processo. Alto Bonito não é caso isolado, pelo contrário, é a mesma tática empregada por outros grileiros de terras quilombolas pelo Maranhão afora.
O QuilomboPeixe em Colinas sofre o mesmo tipo de problema. E, está com vários processos na Justiça. Só não houve violência física, apesar de haver ameaças constantes.

Acho que está mais do que na hora de organizarmos a resistência e a reação organizada e coletiva.
Já contactamos o Centro de Cultura Negra e a Secretaria da Igualdade Racial. Não conseguimos falar com a ACONERUQ.

O Fórum de Colinas está deliberando a ida de dois membros para acompanhar o julgamento no dia 19.01 e tomar conhecimento da situação.

Como podem participar:

1 - SINDICATOS DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DA REGIÃO E DO ESTADO DO MARANHÃO;
2 - FETAEMA E FETRAF;
3 - CNBB - já falei por telefone com Miércio Roberth, que é responsável pelo contato com a Conferência;
4 - Comissão Pastoral da Terra
5 - Sociedade Maranhense de Direitos Humanos
6- Fórum Carajás
7 - Forum do Baixo Parnaiba
8 - Juvenal Neres e Cleonice
9 - Sociedade Civil da região do Baixo Parnaíba e do Maranhão.
Amanhã, dia 12.01, trataremos do assunto, tanto na reunião do FMSAN e levaremos para o CONSEA-MA.
Vamos nos agilizar e organizar pessoal.

Abraços,

Por: Ermelinda Maria
www.forumcarajas.org.br

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Seminário em São Bernardo do Maranhão

Seminário para diagnosticar realidade de comunidades em vista de serem atingidas por projetos de agronegócio

                                             Foto: Fórum Carajás

Data : 20 de janeiro de 2010
Local: Centro Paroquial
Cidade: São Bernardo

Público : lideranças rurais e representantes de organizações

Comundiades: Mamorana, Canapum, Subida, Alto Bonito, Baixa Grande I, Baixa Grande II, Baixa Grande III, Baixão do Capim, Araras e pasagem do Magú

Organização : Tijupá, Fórum Carajás e Caritas Diocesana
Parceiras: STTR de Araioses, STTR de São Bermardo e Ethos

Apoio : ASW

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Reforma Agrária no Baixo Parnaiba

Sobre a mesa dos superintendentes do Incra e do Iterma estacionam vários pedidos de vistoria e de regularização fundiária. As comunidades que entram com esses pedidos devem se abarrotar de muita perspicácia para desenrolar as tremendas burocracias que acautelam esses casos para o agronegócio.
No município de Urbano Santos, as comunidades de Baixão dos Lotero, de Santa Maria, de Bom Principio e da Boa União esperam que o dia, em que suas áreas serão vistoriadas por alguma equipe do Incra, desenfronhe-se e que o sucedido na comunidade de São Raimundo, cujo processo de desapropriação está bastante avançado, repita-se também consigo e com outras tantas comunidades.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Oficina Agroecologia

Educação Ambiental no Baixo Parnaíba: Ciranda Agroecológica

Comunidade Bonsucesso-Mata Roma (MA), 31/07 a 03/08/09


Foto: Fórum Carajás




Foto: Fórum Carajás

Foto: Fórum Carajás 

  
Foto: Fórum Carajás 

  
Foto: Fórum Carajás


Local: Comunidade Bom Sucesso
Programação: Oficina Agroecologia


31 de julho de 2009

Chegadas dos participantes e equipe tecnica a Comunidade

01 de agosto de 2009

Café da manhã
9:00 Boas Vindas Dinâmica: relembrando os compromissos da oficina anterior
9:20 a 12:0 Introdução de Sistemas Agrolorestais :

• Introdução a agroecologia
• Solo
• Água
• Plantas:importância das leguminosas e consórcio
• Estratificação :estágios da capoeira
• Clímax
• Função dos organismos:identificação
• Roças ecológicas
• Quintais
• Viveiro
• Coleta de sementes
• Fogo: aceiros

Dinâmica:convidar os participante a identificar combinações de plantas a partir das espécie citadas na oficina anterior

Almoço
Dinâmica música local
14:00 às 18:00
Viveiro Florestal

Prática: Construindo o Viveiro

02 de agosto de 2009

8:00 Café da manhã
9:00 ao 12:00 Produção de mudas nativas
Atividade Prática com as sementes da época
Almoço
Encerramento

Por: Cristiane Macau
www.forumcarajas.org.br

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

SÃO RAIMUNDO E AS MODINHAS PASSAGEIRAS




A realidade é maior do que qualquer um. Ela persegue os que fogem dela. Ela supera qualquer discurso. Por conta disso, esperar que caia uma boa chuva rejuvenesceria a todos. O inverno no Baixo Parnaiba reboca a vida das pessoas a partir do mês de janeiro e em 2010 o projeto “Sustentabilidade do Extrativismo do Bacuri em Urbano Santos”, financiado pela Cese e pela ASW, realizado em parceria da Associação de São Raimundo, o Fórum Carajás e o CAPPAM, emplacou a primeira atividade antes do grafar da invernada sobre a Chapada e sobre os ribeirões que, como se sabe, encher-a-se-ão em toda a sua extensão. E nesse rosário de ribeirões, onde os buritizeiros imperam, o maior de todos se chama Preguiça.
As nascentes do Rio Preguiça estão nos municípios de Anapurus, de Urbano Santos, de Santa Quitéria, de Santana do Maranhão e de Barreirinhas. A Chapada, que soluciona os povoados de São Raimundo, Bom Principio, Boa União e outros menores em um total de mais de seis mil hectares, desagrega as boas maneiras em modinhas passageiras de desmate de 0,5 hectare para depreender o projeto de extrativismo do Bacuri.
A comunidade escolheu uma área de capoeira na Chapada, repleta de bacurizeiros em inicio de carreira. Pouquíssimos se arrojariam mais para cima. Um dos objetivos principais do projeto é deixar poucos espécimes da maçaroca de filhotes de bacuri que gracejava naquela capoeira. Com o campo limpo, os espécimes sobreviventes ficarão adultos em alguns anos e assim frutificarão. No espaço livre, a comunidade plantará arroz, feijão, mandioca e milho.

Mayron Régis

Educação Ambiental no Baixo Parnaíba: Ciranda Agroecológica

Oficina sobre Arte e Meio Ambiente

 


Foto: Fórum Carajás






Foto: Fórum Carajás




                                                                         Foto: Fórum Carajás

 

Local: Salão Paroquial do Município de Mata Rom

Programação: Oficina Arte e Meio Ambiente

Objetivo:
Identificar a situação do município de Mata Roma dentro do contexto de desertificação e degradação ambiental propondo ações
1º dia 18 de julho de 2009

Café da manhã
8:00 Apresentação

9:00 ao 12:00

Introdução
Percepção ambiental:
Reconhecendo o Riacho Estrela: diagnóstico do Riacho Estrela
Almoço
Dinâmica

14:00 às 18:00 Construindo a realidade

Apresentação de conceitos a partir dos desenhos realizados;
-Meio Ambiente
-Comunidades
-Ecossistemas
-Aquecimento Global
-Legislação: áreas de preservação permanente (mata ciliar); reserva legal

2º dia 19 de julho de 2009

8:00 Café da manhã
9:00 ao 12:00 Adequação Ambiental

Recuperação Ambiental: Qual futuro queremos para o Riacho?
Almoço
Encerramento

Por: Cristiane Macau e Marluze Pastor
www.forumcarajas.org.br

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

AS LEMBRANÇAS DE SÃO RAIMUNDO




As lembranças se revezam ao sabor do arrastar da conversa. São Raimundo, povoado de Urbano Santos, Baixo Parnaíba maranhense. Francisca, presidente da associação, e as mulheres de São Raimundo, umas de barrigão prontas para parirem, infligiram uma pesada perda ao novo proprietário daquela chapada quando discordaram de seus propósitos de desmatar os 800 hectares para plantar eucalipto.
Até uns anos atrás, São Raimundo se arrevesava para qualquer itinerário. Só mesmo alguém com muita severidade se lascava da sede de Urbano Santos para esse povoado. Wilson, professor municipal, espantou-se da esquisitice de São Raimundo. Noticiou aos moradores do beneficio do Luz para Todos. O infortúnio dessa gente o estropiara.    
A Francisca, em várias falas, honra Wilson com um mérito. Na sede do município, ele desposou várias lutas ao lado da comunidade de São Raimundo. “Ele sabe nossa história”, conta Francisca. A eminência do desmatamento da sua Chapada, e com isso os milhares de bacurizeiros e pequizeiros, mexeu a existência deles por dentro e por fora. Outras comunidades vizinhas estão na mesma luta. As três associações de Boa União e a associação de Bom Principio. Quem sabe o que vai resultar disso?
Mayron Régis 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Projeto São Raimundo - Urbano Santos


 Foto: Arquivo Fórum Carajás
 
Em São Raimundo, povoado de Urbano Santos, dos dias 08 a 10 de janeiro estará sendo implantado um sistema agroflorestal baseado na consorciação de bacurizeiros com culturas agricolas. Esta atividades é fruto de um projeto aprovado pelo Forum Carajas e parceiros junto a organização alemã ASW e a Cese, sediada no Brasil. Estarão participando das atividades deste projeto agricultores familiares locais, agricultores familiares de povoados vizinhos, representantes do sindicato, representantes das instituições parceiras e uma consultora.

Os bacurizeiros ocupam um lugar de importância para o municipio, pois é a especie de maior abundância, representando a fonte de renda e alimentação principal para a população rural.

O projeto englobará outras atividades distribuidas ao longo de um ano, cujo compreenderá capacitações em diversas temáticas, implantação de um viveiro de mudas e um sistema agroflorestal de referência.
 
Georgiana Carvalho - agronoma e consultora projeto

O CRESCIMENTO DOS BACURIS - SÃO RAIMUNDO, URBANO SANTOS



Foto: Arquivo Fórum Carajás

No caminho de volta, entre o povoado de São Raimundo e a sede do município de Urbano Santos, no final do mês de dezembro de 2009, a metade de um veado jovem ficara descoberto o que permitiu que no carro os membros do grupo saíssem um pouco de si. Um, se pudesse, pararia o carro e tentaria pôr as mãos no animal. Este, pouco afeito a mãos e a qualquer proximidade veicular, ateou o corpo por inteiro na mata adentro.
O dia se encurta numa viagem de Urbano Santos a São Raimundo, povoado quase envergado desse município. Uma odisséia a Anapurus, município vizinho, encarquilharia um pobre coitado a toa nessa estrada.
Aluga-se um carro e compete a quem quer que seja uns ramais de areal que ditam a velocidade por uma hora somenos.  E numa época de chuva, que sobeja, esse areal todo enlameia a carcaça do carro ou de uma moto que nem fosse uma beira de rio na época da seca.
Seca e umidade se bitolam nos desígnios desses ramais por onde uma retro escavadeira reparte o areal em minúsculos grãos de areia e imensos troncos de árvores como os bacurizeiros para originar uma piçarreira danada entre Anapurus e Urbano Santos e catalisar o tráfego de caminhões avulsos e de monstruosas cargas de carvão vegetal para as guserias ou de madeiras divididas para as cerâmicas.
De onde esses caminhões se guiam as florestas de bacurizeiros definham como seres acometidos pela fome e pela sede enquanto florestas de eucalipto surgem afogueadas pelo calor do sol. Apetece o eucalipto na Chapada o crescimento rápido e que interpela qualquer outra espécie. Na Chapada de São Raimundo, município de Urbano Santos, os moradores do povoado preferiram conferir o crescimento dos bacuris e engavetaram o projeto de plantio de eucalipto.
Apeteceria mais a conferência de bacuris nos cofos e nos chãos das casas do que as mudas de eucalipto nos relatórios da Suzano e das suas empresas terceirizadas em Urbano Santos, Anapurus e Santa Quitéria. São Raimundo, povoado de Urbano Santos, é a prova isso.
Mayron Régis