sábado, 29 de agosto de 2020
os cafés
Por dia, ele bebe dez xícaras de café. Habituou-se a beber muito café em função do exercício diário do jornalismo e nesse exercício diário do jornalismo ele incluía um dos seus heróis literários Honoré de Balzac, escritor francês da primeira metade do século XIX. Ficava acordado escrevendo a madrugada inteira a custa de muito café. Para algumas pessoas, a madrugada é o melhor horário para trabalhar. Não se escuta ruído em casa e ruído na rua a não ser os passos de um caminhante rápido e os latidos de um cachorro. Quanto mais café na garrafa melhor e sem deixar esfriar. O café morno ainda é digerível. O café frio é intragável. Segurar a xicara e sorver o café é um ato individual, na verdade era porque mais e mais as pessoas bebem café de forma coletiva e longe de casa, numa cafeteria. As pessoas saem de casa para viverem novas experiências e o ato de sorver café na sociedade moderna assumiu uma dimensão de sociabilidade. Em 1998, o ato ou a arte de sorver café fora de casa ainda dava os primeiros passos em São Luis. Andava-se muito pelo shopping Colonial, localizado à rua Grande, recém-inaugurado, e encerrava-se a manhã ou a tarde numa lanchonete, sorveteria ou, afinal, uma cafeteria. Certo dia, os amigos foram as compras ou foram só assuntar as lojas do shopping Colonial. O jornalista e assessor de comunicação da associação agroecológica Tijupá comprou “Criança no tempo”, do escritor inglês Ian Mcwean. A agrônoma o acompanhava. O ápice das compras e do bater penas no shopping Colonial viria a seguir ao se sentarem a mesa da cafeteria e sorverem seus cafés cappuccinos.
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