sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Amplitude e profundidade na praça Deodoro
É inegável que a cidade de São luis presencia o maior pacote de obras em sua malha viária e em seus equipamentos urbanos. Esses investimentos se originam de um planejamento da cidade de São Luis. A cidade presenciou na época do governo Cafeteira e no governo Roseana investimentos de impacto na infraestrutura urbana, mas ou se concentraram no centro histórico (projeto Reviver) ou espalharam-se pela cidade em alguns pontos. A marca desses dois governos foram os investimentos com o verniz cultural, dentro daquela lógica de que investir em cultura atrai turistas e controla os formadores de opinião. Não dá para afirmar que o atual governo municipal de São Luis (administração Edivaldo Holanda) tenha deferência pelos temas culturais e ele já deu provas em contrário. Os investimentos nas reformas de praças pelo centro e pelos bairros servirão de atenuante para uma administração que pouco fez para incentivar a produção cultural e intelectual em seus quase oito anos. A praça Deodoro, a principal praça, há muito tempo precisava de uma reforma que modificasse a sua expressão de permissividade. A prefeitura, em parceria com o IPHAN, reformou a praça e devolveu a população o livre acesso ao passeio e ao visual da praça. A praça precisa propiciar duas coisas: a sensação de amplitude e a sensação de profundidade. Sente-se a escadaria da biblioteca Benedito Leite e essas sensações prontamente lhe ascenderão. Porquê é importante para o caminhante e o usuário da praça essas sensações? Porque a sensação de espaço não pode ser restrita e nem meramente plana. A hipótese de que a terra é plana se ridiculariza por si própria, portanto.
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