Ele foi atrás de uma tradição. Começara perguntando onde ela estaria. As pessoas, a quem perguntava, riam em seus íntimos. Quase ninguém se interessava mais por ela. Não por aqui. Nem em qualquer outro lugar. As perguntas o levaram até Urbano Santos.
Quem o receberia naquela cidade quando desembarcasse? O presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Urbano Santos providenciara um motociclista a fim de recepciona-lo e carrega-lo até o povoado de São Raimundo. Esse nome não saira de sua mente. Lera-o num documento da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos. Nesse documento figuravam vários nomes de comunidades atormentadas por conflitos com a Suzano Papel e Celulose e com proprietários. A tradição da luta pela terra se embrumara. Eles rodaram um caminho de piçarra e areia. A presidente da associação de São Raimundo se assustou. Ele despejou várias perguntas sobre ela e pareciam algo incongruente e irreal. Quem era aquele moço que viera de tão longe? A que eles deviam sua passagem por ali? Ele, enfim, topara com a tradição que andava atrás por tanto tempo e ali o seu tempo, o tempo que aprendera, dissipava-se em um vastíssimo tempo do qual não haveria saída.
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