segunda-feira, 6 de julho de 2020
João do Rio
Outro dia se comemorou o aniversário de João do Rio. Uma amiga fez questão de enviar uma página do facebook relativa a data. O interesse pela obra de João do rio nasceu no bojo de outros interesses literários e ensaísticos que diziam respeito ao modernismo brasileiro e sua intersecção com a republica e com a cidade. O modernismo brasileiro é uma expressão limitante e limitada. A data máxima do modernismo brasileiro seria o ano de 22, ano em que ocorreu a semana de arte moderna na cidade de São Paulo. A historia oficial tem uma predileção por datas , eventos históricos e rupturas politico sociais. A obra de João do Ri não prima por datas, eventos e rupturas. Ele escrevia no Rio de janeiro do começo do século XX em que a cidade se transformava pela modernização econômica social e de costumes já que ela deixara de ser capital do império para se tornar capital da republica. A sua pena revirava as páginas da inconstância dos novos costumes cariocas. Ele revirava as ruas atrás de temas capitais para a sua arte e as ruas se configuravam como um desses temas: “A rua é a transformadora das línguas. Os Cândido de Figueiredo do universo estafam-se em juntar regrinhas para enclausurar expressões; os prosadores bradam contra os Cândido. A rua continua, matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros. A rua resume para o animal civilizado todo o conforto humano. Dá-lhe luz, luxo, bem-estar, comodidade e até impressões selvagens no adejar das árvores e no trinar dos pássaros”.
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