segunda-feira, 1 de março de 2021
A cidade singular
Santa Quitéria, baixo Parnaíba maranhense, poderia se escrever, pertence ao reino do improvável. O mais provável seria que ela se comportasse como qualquer cidade interiorana. Nenhum atrativo extraordinário, somente os atrativos comuns para pessoas comuns. A cidade, entretanto, segue uma lógica bem própria. Existe uma cena de rock. O motorista que faz frete da sede do município a zona rural escuta pop dos anos 80, rock e MPB. O filho do dono da pousada liga o spotyfire e rola Skank e pop inglês numa noite em que as pessoas não saem de casa por causa da chuva. Há alguma coisa de singular nessa cidade que realmente leva as pessoas a não aceitarem o senso comum. O nome dessa cidade e Santa Quitéria mas ela também e conhecida por Bacuri. Os pés de bacuri (bacurizeiros) desenham boa parte das Chapadas com seus galhos tortos e secos. Eles vem e vão por toda parte e as comunidades tradicionais se usufruem de seus frutos. O bacuri não e um fruto qualquer e nem pode ser usufruído de qualquer jeito. Nos últimos anos, a Suzano papel e celulose trouxe o eucalipto para rivalizar com os bacurizeiros. Não conseguiu. Sem a espécie do bacurizeiro, as comunidades tradicionais se empobreceriam muito. Para frear o avanço do eucalipto sobre as áreas de bacurizeiro e de outras espécies importantes para as comunidades tradicionais, a câmera de vereadores de Santa Quitéria aprovou uma lei que proíbe desmatamentos. A cidade de Santa Quitéria e realmente uma cidade singular.
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