terça-feira, 16 de março de 2021
A biblioteca Agatha Christie
De tantos livros que lera em tantos anos qual o marcara? Possivelmente, nenhum. Lera por demais da conta e difícil que um livro se sobressaísse na fortaleza subjetiva que construira. Nem mesmo um autor tinha a capacidade de furar o bloqueio que instituira em seu consciente. Havia um autor que conseguira a sua atenção por vários anos, no entanto não lia nada dele fazia um bom tempo e só lia os comentários de outros a seu respeito. Poder-se-ia afirmar que nessa atitude se, ele carregava um certo demérito. Onde se viu abandonar o autor que despertou a sua consciência literária em plena adolescencia? Se fosse possível reveria sua atitude de ler tantos autores e privilegiar um autor ou um grupo seleto de autores? Queria aprender rápido o que o escritor argumentava para passar para outro e para outro. Esperar o quê? Inconsciente, procedia assim. No começo de sua carreira de leitor, a pre adolescência, a sua leitura favorita atendia pelo nome de Agatha Christie, escritora inglesa de suspense do começo do século XX. Caso soubesse que um amigo possuía um livro dela, pedia emprestado sem hesitar porque era simples pedir emprestado naquela altura da vida. Um desses “pobres coitados” era amigo de um amigo seu e morava numa casa pequena situada numa rua paralela a sua no birro da Liberdade. Ao entrar nessa casa, o tamanho da biblioteca, boa parte Agatha Christie, impressionou-o. Esqueceu de perguntar algo que o informasse da vida solitária daquele senhor. O leitor vê a sua próxima aquisição literária, nada mais. Com certeza, vendo-o de novo, depois de tanto tempo, perguntaria dele e de sua vida e providenciaria um conto do pouco que ele revelaria.
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