sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
Os jornais e os cadernos de cultura lidos por aí
Se pudesse, pararia em cada banca de revista da praça Deodoro. Ao todo, havia cinco bancas de revista no ano de 2001. Subia no ônibus Bom Milagre ou Alemanha quanto o vieculo percorria a avenida Getulio Vargas e parava do cine Monte Castelo. Nesta parada de ônibus, davam-se os primeiros contatos com jornais e revistas. Os contatos duravam pouco porque o dono da banca marcava cerrado e olhava feio quem se dispunha a se demorar manuseando e lendo uma revista ou mais de uma. Os donos das bancas do Centro eram mais tolerantes quanto ao tempo que uma revista ficava nas mãos de um cliente. Ele contava com essa tolerância para ler partes de um jornal. O ano de 2001 mal começara e a Folha de São Paulo publica no caderno Mais, caderno de cultura dos dias de domingo, um artigo do ensaísta judeu George Steiner sobre o livro “A obra das Passagens”, escrito pelo filosofo judeu alemão Walter benjamin. Ele lera Benjamin nas aulas de estética do curso de comunicação social da Universidade Federal do Maranhão porque seus professores indicavam a sua leitura. Por certo que a leitura que fez de Benjamin e dos outros Frankfurtianos foi relapsa. Ele se graduou em 1999 e longos dois anos levaram para que reencontrasse um texto referente a obra de Benjamin. Numa banca de revista, que local mais inesperado. De imediato, não deu para ler tudo. Seria muita cara de pau. Um determinado trecho que George Steiner cita de Benjamin o embasbacou: “Devemos investigar a influencia dos negócios funerários em Rimbaud e Latreaumont”. Que diabo era aquilo? Essa parte de Benjamin a Universidade não ensinou. Sabia quem poderia arranjar o caderno “Mais” no centro de São Luis naquele instante. O amigo quadrinista Joacy Jamys que assessorava o sindicato dos Urbanitários, cuja sede ficava na casa de Aluísio Azevedo à rua do Sol. Uma historia parecida acompanhou o disco “Lances de Agora” do compositor maranhense Chico Maranhão lançado pelo Discos Marcus Pereira em 1978, mesmo ano do disco Bandeira de Aço de Papete. O musico Ronal Pinheiro faz um solo de bandolim na faixa “Samba Choro”. Quem comentou o solo de bandolim e ao mesmo tempo elogiou o disco foi o historiador Tinhorão num artigo para o Caderno B do Jornal do Brasil o qual Ronald em um daqueles acasos que ficam pra toda vida descobriu no chão enquanto caminhava pelas ruas do Rio de Janeiro. Essas informações se fazem presentes no livro “Lembranças, Lenços, Lances de agora: memórias e sons da cidade na voz de Chico Maranhão”, do poeta ludovicense Celso Borges. Só não se faz presente a critica de Tinhorão ao disco de Chico Maranhão o que realmente é uma falta.
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