terça-feira, 31 de agosto de 2021
Nao te faz de doido
O linguajar e sempre uma forma de expressar uma faceta do dia a dia da pessoa ou de um grupo social. Nao se deve observar o linguajar como algo fechado em si como alguns pretendem com relacao a linguagem. Ele resulta das varias interacoes e conexoes que os povos que viveram e os que ainda vivem num espaco geografico e social praticam ou praticaram delibradamene e inconscientemene para melhor compreender grupos sociais diferentes do seu. Nao te faz de doido e uma expressao utilizada pelo ludovicense da periferia em circunstancias especificas. Quem fala essa expressao, e bastante improvavel que se escreva, nao quer chamar o outro de doido e sim quer chama-lo para uma razao social, quer dizer, voce se insere num contexto, sabe das relacoes presentes em determinado lugar e quer fazer o outro de abestado. Nao te faz de doido carrega um sensacao de defender o que e seu independente de quem seja o interlocutor. A maioria da parcela de pessoas que integram as classes sociais mais pobres no Maranhao procuram se expressar de forma educada e solicita ainda mais na presen;a de pessoas provnientes das classes mais altas e das elites. O linguajar se torna entao uma protecao contra possiveis reacoes em contrario. As elites maranhenses se acostumaram a ver a grande maioria dos maranhenses como abestados e que qualquer desculpa esfarrapada ou trocado os convence de que est[a tudo bem obrigado. O deputado estadual Cesar Pires se coloca como um grande defensor dos campos naturais de Santa Rita e um dos campos de luta em que ele se destacou foi a luta contra o projeto de carcinicultura que pretendia se instalar nos campos, causando muitos impactos socioambientais pela dimensao do projeto que se estirava de Santa Rita a Anajatuba. O deputado se posiconou contra o projeto e como num passe de magica virou defensor dos campos contra quaisquer projetos que pretendessem se instalar sem o consentimento da populacao rribeirinha. Ao que parece, essa defesa tao honrosa exclui as comunidades quilombolas porque a possibilidade iminente da instalacao da carcinicultura expulsou diversas familias de quilombolas de Ilha das pedras e expulsaria a comunidade inteira de Mucura ou Cedro caso o Centro de Cultura Negra nao interviesse na ocasiiao. Sabe-se muito bem que a defesa dp meio ambiente e inutil sem a defesa das populacoes tradicionais que interagem com esse terriorio. A defesa do bioma ou do sistema ambiental deve vir junto com a defesa das comunidades. Se nao casos como os da retroescavadeiras que atolaram nos campos de Anajatuba enquanto prestavam servi;o para a empresa sin o portuguesa EDP se repetirao porque os orgaos ambientais e os legislativos n’ao fiscalizam o que as empresas fazem e quando as comunidades cobram compensacao ambiental os funcionarios desconversam, isso nao existe. Bem que um dos quilombolas que escutou tal aberracao poderia ter respondido Nao te faz de doido.
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