terça-feira, 13 de abril de 2021
Marxismo e cinema
“Pos modernismo e a logica cultural do capitalismo tardio”, escrito pelo marxista americano Fredric Jameson em 1984, é um daqueles livros que obrigatoriamente o leitor tem que se debruçar mais cedo ou mais tarde quer queira quer não. Essa afirmativa tem um tanto de autoritária e uma menção ao autoritarismo afasta o leitor sem duvida. Determinadas leituras, entretanto, flertam com o absoluto e por consequência com o autoritarismo pois o seu objetivo é analisar as relações da economia politica e cultua no âmbito do capitalismo moderno. Não foi fácil ler esse livro. A pessoa que detinha o livro na faculdade de comunicação objetava os apelos para empréstimo. Quer saber, melhor desistir. Pensou o pobre coitado que se dizia conhecedor de Marx e que somente leu Adorno, filosofo marxista alemão, no final do curso de comunicação em 1999 por uma leitura enviesada de Dolf Oehler, discípulo seu. A leitura do livro “O Velho mundo desce aos infernos: auto analise do trauma de junho de 1848”, de Dolf Oehler, certamente ajudou que ele lesse o livro de Jameson. As reflexões filosófico-historicas de Dolf Oehler desembocavam nas reflexões estéticas de Jameson pois a negação por parte da burguesia do seu papel revolucionário no caso da França fez com que ela privilegiasse a parte cultural artística no caso da sociedade americana. A grande arte da cultura americana é o cinema e jameson analisa todos os fenômenos sócio culturais relacionados com essa forma de observação da realidade. Cinema não é só diversão como muitos pensam. Também é linguagem, comunicação e politica. Ler Fredric Jameson fez com que relesse a escola de Frankfurt e escrevesse excertos sobre cinema e cultura. O cinema americano dos anos setenta é um cinema anti colonialista no sentido de que os cineastas americanos dessa década se propunham a explodir as pontes que ligavam o capitalismo americano a uma ideia idealista de passado que os americanos alimentavam. Utilizando uma terminologia belicista, Coppola (Apocalypse Now), Cimino (Portal do paraiso), Altman ( onde os homens são homens), Peckinpah (Meu ódio sera tua herança), Leone (Tres homens em conflito), Scorcese (caminhos perigosos) e tantos outros são sapadores. As suas intervenções inviabilizaram os projetos do capitalismo americano de ir e vir dentro da cultura sem precisar prestar contas a sociedade. Essas intervenções foram tao serias que o cinema dos anos 80 apelou para infantilização, a arqueologia e etc para sair da sinuca de bico em que estava metido.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário