domingo, 19 de maio de 2024

a cidade

A cidade sempre está incompleta na memória. Uma memória puxa outra. A cidade que chega aos dias de hoje por imagens rarefeitas por reformas. Tanto físicas como subjetivas. A matéria desaba sob o efeito do tempo e da ação do homem. Memória e matéria se mesclam num único cenário desprovido de certezas e a mercê de uma simples chuva. Gostava de andar pela cidade visível ou não. De ver as ruas ensandecidas e enlameadas pelas águas de uma chuva passageira sabia que várias ruas do centro terminavam onde hoje e seu início. Andava se um pouco e o fim de fazia visível. O visível era o fim. O fim foi se esticando para as partes baixas onde as pessoas manejavam os barcos e um pouco de suas vidas. Qual seria a sensação para essas pessoas se vissem como a cidade avançou para além dos seus limites?

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