terça-feira, 6 de junho de 2023
os meus matos
Um pouco antes das seis da manhã, ele pressentiu movimentos pela casa. "A senhora vai a feira?""Sim, vou. Não posso ficar sem meus matos""Preciso ir?"" Seria bom". A feira a bem da verdade não era uma feira como se costuma dizer. Umas barracas se disciplinavam sobre a calçada de um desses órgãos da agricultura familiar. Reparou que a maioria dos clientes transparecia idade avançada. "0s meus matos" couberam em uns três sacos plásticos e dariam gosto a comida durante a semana. Essas palavras "os meus matos" constituíam prova de quanto o maranhense descendia da cultura indígena e de que essa cultura aflorava imperturbável. Como na feira, a pessoa vai rapidinho na memória e saca alguma expressão que sirva aos seus propósitos. Essas expressões dificilmente se falam de forma aberta para todos ouvirem. Por receio de incompreensão do grupo social a que se pertence. A sociedade de maneira geral detesta histórias que envolvam questões sociais. O Marcelo, morador do povoado bacaba município de Buriti e descendente de indígena requereu 50 hectares de chapada junto ao Iterma. As empresas Interalli e Manchester Agroindustrial desmataram os 50 e mais 450 hectares. Não sobrou nada. O Marcelo denunciou o desmatamento dos "matos" dele e a resposta dos órgãos foi a de praxe "mande seus dados". Uma resposta diferente porém veio da secretaria de meio ambiente de Buriti " não foi encontrada nenhuma autorização de uso e ocupação do solo assinada por essa administração. E possível que as empresas estejam utilizando autorizações inválidas que passaram do prazo. Isso e usual". A secretaria de meio ambiente de Buriti ficou de oficiar as empresas pedindo toda a documentação.
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