quarta-feira, 5 de outubro de 2022
Conversa de doido
O dia se adiantava pela manhã. Desceu na avenida com nome frances e pensou na venda de uma senhora que vendia cafe, suco salgado e bolo. Pediria um suco e um salgado ou somente um suco? Precisaria ser rapido, pois a reunião marcada no orgão de reforma agraria estava prestes a se iniciar. Um amigo o convidara a participar da reunião cujo proposito se mantinha na direção de esclarecer duvidas no que diziam respeito a um assentamento da reforma agraria criado na decada de noventa por decreto assinado no governo Fernando Henrique Cardoso. Trinta anos de criação e ainda pairam duvidas referentes a area na qual o assenamento se insere e o numero de familias beneficiadas pelo assentamento. No ditado popular quem duvida perde a vida, no traquejo do cotidiano quem duvida ganha a chance de rever processos de decadas e abocanhar milhares de hectares de terra pare vender a um interessado que pode ser uma empresa do agronegocio ou uma empresa de interesses imobiliarios ou de turismo. O municipio de Morros e permeado por varios cursos de agua e o nome do assentamento é Rio Pirangi então dá para especular que se uma parte do assentamento for desafetada por alguma razão é claro que quem se apossar dessa area está interessado em agua. A reuniao era para debarer com o Incra a situação do assentamento e cobrar um posicionamento do orgão. Dava tempo para tomar um suco antes da reuniao. A vendedora anunciou que havia bacuri e maracuja. Seus sucos mais amados e enquanto a vendedora servia escutava a conversa dela com dois sujeitos. Estes defendiam a tese de que o presidente Bolsoanro não tinha culá da morte de setecentas mil pessoas durante a pandemia e que era de onde o virus tinha vindo no caso a China. Eguas que doideira os caras realmente acreditam nessa locuura. Se ele não estivesse ouvindo duvidaria caso alguem lhe contasse. “Melhor se adiantar do que se meter nessa conversa de doido. Daria mais resultado, pensou”.
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