terça-feira, 20 de setembro de 2022
Admiravel mundo novo
O disco preferido. Essa construção ao mesmo tempo de cunho emocional e de cunho estetico, desapareceu quase por completo das rodas de conversa dos amigos. As rodas de conversas versam sobre diversos assuntos menos a respeito de preferencias. Preferir algo se tornou coisa do passado e como tal não compoe a narrativa atual. Por incrivel que pareça, alguem perguntou qual disco do grupo Nação Zumbi ele preferia, se da fase com Chico Science ou da fase com Jorge du Peixe no vocal. Entendera errado a pergunta e respondera que a fase com Chico Science. Vendo a distancia tanto a pergunta como a resposta incorrem em erros de analise porque se concluiria que a fase de Chico Science transbordava genialidade enquanto que a fase com Jorge du Peixe se traduzia numa sub expressao dos temas rotineiros que a banda costuamra cantar e tocar. É sempre bom ficar alerta as armadilhas qie os preconceitos sociais espalham pelo debate estetico e uma dessas armadilhas é que as pessoas tem escutado pouco discos em sua completude e mantem-se presos a musicas especificas. O ouvinte ecutar uma musica ou duas musicas apenas de um disco com dez musicas não dá a dimensão do todo nem o todo disco inidivudal e nem o todo dos discos anteriores. Uma obra esta sempre atrelada a uma obra anterior e sugere o que vira na obra seguinte. Jorge du Peixe em uma entrevista declarou que a banda sempre soltava pistas dos seus projetos futuros no disco que a banda acabava de lançar. Se a banda solta pistas ela tambem despista. É uma relação dialetica. Os processos de construção estetica que definiram Da Lama ao Caos e Afrociberdelia, de 1994 e 1996, respectivaente, não poderiam ser repetidos pela banda pós morte de Chico Science em 1997. As condicçoes historicas e materiais que ensejaram a produção dos dois discos mudaram completamente. É o que se depreende de um disco como NZ de 2002. As letras de Chico Science constextualizavam a crise urbana vivida pelas grandes cidades com a historia recente do pais. Em NZ, como em Radio Samba de 2000, as letras e seus sentidos não sao tão explicitos. Na musica “Caldo de Cana” Jorge du Peixe canta “Meu Destino é agora/feito caldo de cana/é a cana caiana”. Jorge du Peixe relaciona a questão individual do sujeito com a questão coletiva da produção de cana de açucar monocultura que predomina em boa prte do litoral nordestino. Caldo de cana é preparado e consumido na hora, então o cidadão tambem é preparado para ser consumido agora como se depreende da letra. So resta admirar o mundo novo como canta sila do coco na mesma msuica numa referencia a admiravel mundo novo de aldous huxley.
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