domingo, 10 de abril de 2022
Livro: Salvo conduto pela cidade
Adquiriu o habito de empunhar um livro em qualquer lugr que estivesse. Um hábito salutar que indicava o seu gosto pela leitura. Na cidade em que nascera e na qual vivia, empunhava-se um livro como símbolo de sofisticação. Ele ultrapassar esse estágio da vida intelectual muito rápido. Ele empunhava um livro onde coubesse uma conta que fosse obrigado a pagar numa lotérica. Pagava a conta e subia a rua em direção ao centro da cidade que ficava perto da lotérica. O livro não traz sofisticação para quem o empunha e por um acaso termina lendo. O livro é um salvo conduto pelas avenidas, ruas, praças e casas que tencionam o espaço urbano. Assim que encontrava um amigo logo perguntava “que livro andas lendo?” ou “que livros andas lendo?”. Duas pessoas o ensinaram a ler: sua mãe e um amigo jornalista. Esse amigo jornalista lia vários livros ao mesmo tempo. Por sua vez, lia um cuja leitura durava um mês ou mais. Lia pouco comparado com esse amigo. Certo dia, sentiu tremendas dificuldades de prosseguir com suas leituras. Veio a explicação, o amigo havia morrido. Através dele, lera vários livros que abriram passagens pela geografia e pela historia daquela cidade. De certa forma, os livros lhe garantiram uma sociabilidade. Uma vez ou outra, convidam-lhe para pssear pelo shopping, coisa que detesta. Preferiria um boteco. Esses amigos, entretanto preferem um shopping a um boteco. Um shopping é mais sofisticado e pode-se beber um café ou cerveja ou olhar os livros numa livraria. Nos últimos anos, tem dado preferencia aos sebos do Centro cuja vizinhança inclui inúmeros botecos bem mais cativantes do que os shoppngs centers.
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