terça-feira, 30 de novembro de 2021
O mocotó ensina
Os amigos conversavam sobre a possibilidade de um deles viajar a Porto Alegre em fevereiro para fazer uma visita a cidade e ao amigo. Este pedira que marcasse sua ida para depois do di a 10 de fevereiro porque se ocuparia antes desse dia. O maranhense para fechar a conversa brincou com uma frase celebre de Nietzsche que escutara no programa de musica clássica da radio universidade “A vida sem música seria um erro”. Ele trouxe a frase para a realidade maranhense “A vida sem mocotó seria um erro”. O amigo porto alegrense comentou “Aqui em Porto Alegre mocotó é comida de inverno, mas em fevereiro é capaz de achar nos mercados”. Em São Luis, mocotó se come qualquer hora do dia, especialmente de madrugada na saída dos botecos ou de bebedeiras na periferia ou nos subúrbios ludovicenses. A madrugada é o melhor horário para se conhecer uma cidade. Poucas pessoas pelas ruas a não ser claro os insones que batem ponto nos bares que ficam abertos até altas horas. Das vezes que comera mocotó a noite, uma fora no Bairro de Fátima, subúrbio de São Luis, depois de beber algumas cervejas com amigos pela noite adentro. O local do mocotó tão bem falado ficava a alguns metros da feira do BF que nessa hora fechava suas portas, menos claro para o vigia responsável pela segurança do prédio. Quem vendia o mocotó era uma senhora negra (da qual naum se lembrava o nome nem se a vaca tossisse) de extensa idade que passava a noite em claro para atender aqueles que não abriam mão de terminar a noite saboreando a iguaria. Na hora de comer, poucos paravam para pensar o trabalho que dava cozinhar um mocotó, transporta-lo em panelas e vende-lo por toda noite. Perder sono não é fácil e não é para qualquer um. O mocotó ensina que boa comida pode ser servida em qualquer lugar, a qualquer hora (em termos) e por e para qualquer um.
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