O ato de ler não se encerra em si
ou em um só objeto. Ele se prolonga indefinidamente e ele se transfigura em
tantos objetos que se possa tornar. Tabuleirao, povoado de São
Domingos do Azeitão, é uma comunidade quilombola. Nem sempre é fácil achar a
estrada que leva a comunidade. Não há placas na entrada sinalizando que ali
desce para Tabuleirão. O que dizem: a primeira abertura nos plantios de soja. A
estrada acompanha os plantios de soja. Deve-se perguntar se a estrada só existe
por alguma conveniência da fazenda de soja e não para servir os quilombolas e
quem deseja visita-los. A soja ocupou os tabuleirões que deram o nome a
comunidade em algum momento. Os plantios cessam algumas centenas de metros
antes da descida. A vista do Vale, onde os quilombolas residem e resistem,
recompensa as visões anteriores dos plantios. O verde atarracado e rasteiro da
soja e o solo ressequido e revirado sem nenhuma vegetação ficam pra trás. A frente, o Cerrado se consagra em várias espécies
nativas e exóticas plantadas pelos quilombolas que ditam e reeditam o terreno de
parte do Tabuleirão e grande parte do Vale.
mayron regis
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