domingo, 1 de dezembro de 2024

panelada e mocoto

Nada e por acaso. Nada terá sido em vão. Nem essas poucas palavras. Sentiu se totalmente por fora quando um amigo nascido em Brejo baixo Parnaíba maranhense declarou que em determinados lugares da ilha de São Luís prevaleciam nomes indígenas. Que a ilha de São Luís, antes de ser portuguesa e africana, fora um território indígena não restava dúvida. A novidade dessa declaração provinha do fato que ruas a margem dos bairros oficiais mantinham indícios da cultura e tradição indígenas. A urbanização de São Luís ocorrerá a margem: dos rios, das ruas, das avenidas, dos manguezais, das matas, das praias, dos morros, das ilhas e etc. A novidade é que a urbanização não e só um fenômeno econômico social. Também e um fenômeno cultural histórico. Tiraria a prova dos nove para se certificar da informação. Antes de tudo, precisar se ia decifrar os reais limites desse território linguístico indígena. Provavelmente andara por lá sem o saber. Para tomar uma cerveja, procurar cachaça ou catuaba ou comer mocotó. Mocotó e um termo bem africano e litorâneo. Panelada tem um acento mais caboclo (indígena com branco) e interiorano. A melhor panelada/mocotó que comeu teve como endereço a cidade de Chapadinha, baixo Parnaíba maranhense. Tornará se costume provar e deliciar se com a panelada cozinhada pela mulher de um amigo todas as vezes que retornavam de visitas as comunidades em seus territórios extrativistas de bacuri nas chapadas. Será que esse costume de comer panelada em Chapadinha vai se manter com a destruição progressiva dos bacurizais causada pelo agronegócio da soja?

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