terça-feira, 6 de agosto de 2024

diversões

A vida toda se manteve distante de diversões e espetáculos que envolvessem um grande número de pessoas. Medo de se perder, medo de ser levado, quem sabe? Fora uma vez em um parque e nunca fora a um circo. Cresceu sem que essas ausências de diversões e prazeres fossem notadas. Um pouco mais velho começou a notar pelas estradas do Maranhão, beiras de estrada, circos ou mais lonas do que circos espalhados. A ultima vez que notara uma dessas lonas foi a beira de uma estrada pela qual passavam em direção a capital do estado. Vinham do município de urbano Santos. "Qual será a atração principal desse circo?", perguntou ironicamente. Perguntou, para em seguida analisar que aquele circo representava um tipo de espetáculo que ainda não morrera por mais indiferença a sociedade lhe oferecesse. A beira da estrada era o local que a qualquer momento podia se assistir a um pequeno espetáculo ou assistir a promessa de um pequeno espetáculo carregado de humanidades. Essa questão do espetáculo pode ser relacionada com outros "espetáculos" como os casos do grande espetáculo de destruição oferecido pelo agronegócio da soja em urbano Santos e do pequeno espetáculo de preservação oferecido pela agricultura familiar. O senhor Bernardo todo o mês de julho fazia o aceiro em sua área de chapada na comunidade de Cajazeiras para que o fogo não entrasse e queimasse a mata. Esse tipo de espetáculo não é de interesse do agronegócio da soja que almeja grandes desmatamentos grandes derrubadas grandes plantios grandes máquinas cinismo grosseria violência e brutalidade e foi o que dois plantadores de soja fizeram na chapada do seu Bernardo ao derrubarem mais de 300 hectares. Para o grande público de Urbano Santos qual é o tipo de espetáculo que prefere?

Nenhum comentário:

Postar um comentário