sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
Os rios de outrora
A memoria não é real. Ela pode ser sentida ou imaginada. A chuva e o tempo encoberto favorecem a que insights memorialístico se desprendam do interior da memoria para que a realidade ao redor seja redescoberta. A chuva desperta a memoria ou a memoria se permite levar pela chuva? A chuva tem seu ritmo. As vezes terrível, outras vezes manso. “A chuva vem de mansinho para nos pegar no colinho”. A memoria se sente atraída por esse ritmo com o qual a Chuva empurra as águas dos rios para as margens que outrora lhes pertenciam. Outrora pode parecer um tempo longiquo, mas não é. Outrora os ludovicenses banhavam em rios de agua pura. Para quem conhece São Luís e os municípios vizinhos o tempo dos rios de outrora vagueia pelos anos setenta e oitenta. Outrora passava um rio pela rua dezenove de março no Monte Castelo que provavelmente nascia e crescia nas partes altas e descia em direção aos manguezais. Será preciso reivindicar o outrora para rever o que fora esse rio?
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