domingo, 14 de janeiro de 2024
conversa de caranguejo
A chuva veio pela madrugada aos poucos e aos muitos. De manhã, ela se insurgiu. Chovia para lembrar. Lembrar que São Luís era Amazônia e litoral. O manguezal a beira do rio anil se recuperava. Quem passava pela ponte que ligava o Ivar Saldanha ao Maranhão Novo e o IPASE se prestasse atenção percebia a projeção dos Manguezais cada vez maiores se insinuando sobre a ponte. A insinuação obedece um ritmo e esse ritmo e dos caranguejos sururus e outras espécies da lama dos Manguezais. O junior e pedreiro mas também cata caranguejos nos lamaçais. No bar da baixinha, palestrou saboreando uma cachaça. "Quem vê uma chuva dessas pensa logo em catar caranguejo. Equívoco. Os caranguejos só saem na primeira lavada da maré. Nessa lavada eles se ouricam. Vai agora e vê se tem algum caranguejo. Enfia o braço na toca. Traz nada. Vai ter muito caranguejo em fevereiro. Teve um dia que eu tinha certeza da presença deles. Convidei uns caras. Ninguém quis ir. Fui só. Minha irmã brigou comigo. Voltei com um saco cheio de caranguejos" Um dos ouvintes brincou "Era só abrir o saco e chamar". A conversa se encerrou com uma torta de caranguejo.
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