domingo, 6 de dezembro de 2020
O pirão de parida da Têca em Alcântara
Sabem aquela galinha caipira que, de tão boa, no final da comedoria, a pessoa joga um pouco de arroz e farinha na panela onde sobrou um pouco de caldo e faz uma gororoba daquelas? Ou, então, lambuza o pão com o caldo, pois para alguns o caldo da galinha caipira é tão importante quanto qualquer pedaço? A galinha preparada pela Têca em seu restaurante no centro de Alcantara possibilitava essas manifestações efusivas de gulodice para aquele cara de pau que não se envergonha à frente de ninguém. Galinha caipira que se preze é magra porque come de vez em quando e cisca muito o dia todo para comer o suficiente a ponto de encher o papo. O caldo da galinha caipira é encorpado. Diferente da galinha de granja que come muito, engorda rápido e seu caldo é ralo. A Têca prepara bem uma galinha capira, mas não come a galinha que prepara (tem cozinheira desse jeito). Como assim, não come? Por certo que ela aprendeu a cozinhar com a mãe, senhora de mais de 80 anos que mora na zona rural de Alcantara. Ela desaprendeu com a mãe foi comer o prato e os seus assessórios como o pirão de parida, o qual a Têca garante ser afrodisíaco devido a experiência de sua mãe, genitora de doze filhos. Uma coisa que se aprende no restaurante em relação a galinha caipira: para apreciar é preciso encomendar com algumas horas de antecedência se não fica chupando dedo. A própria Têca encomenda no começo da semana uma quantidade X de caipira aos seus contatos, na zona rural; o suficiente para servir a sua clientela que dependendo da época varia. Umas épocas aparecem mais turistas e em outras aparecem menos. Então, a primeira coisa a fazer, para quem chega numa cidade de interior e não quer passar fome, é localizar os restaurantes disponíveis e encomendar uma galinha caipira ao molho pardo naquele que houver uma cozinheira que faça lembrar a Têca e suas historias de pirão de parida em Alcantara.
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