A
Amazônia, território que inclui o Maranhão, sofre terrivelmente com a
depredação e ao que se sabe 18 por cento de suas terras desmatadas foram
abandonadas até o ano de 2006. Os ataques ao meio ambiente vêem da produção de
alimentos, da produção de energia e da mais completa ausência de segurança
ambiental. Acresceu-se a tudo isso a produção de etanol e biodiesel, carvão
vegetal e também a mineração.
A Secretaria de Estado do
Meio Ambiente organizou recentemente o que se convencionou chamar “Virada
Sustentável”, espécie de caminhada ecológica que, repetindo os mesmos erros de
outras, fez toda e necessária apologia ao meio ambiente, mas não trouxe
soluções ao grave drama ecológico do Estado. Resumiu-se, a manifestação, a
atividades ambientais, culturais, esportivas, oficinas de produtos artesanais,
palestras e rodas de conversas, exposições e apresentações artísticas sem, no
entanto, tocar na ferida dos crimes contra a natureza que se repetem no
Maranhão.
As denúncias que explodiram
na audiência pública sobre Direitos Humanos do Meio Ambiente, que reuniu
diversas entidades como o Fórum do Baixo Parnaíba, Associação do Riacho
Estrela, de Mata Roma, Sindicato dos Servidores Públicos de Coelho Neto e São
Benedito do Rio Preto, sindicatos rurais diversos e entidades da Igreja
Católica, são de arrepiar os cabelos do ecossistema maranhense.
A “Virada Sustentável” que
aconteceu em São Luís não registrou soluções da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente para a poluição e assoreamento em estado elevado de riachos e rios, o
desmatamento criminoso praticado de forma recorrente, as constantes queimadas
de grandes áreas de florestas destruindo árvores frutíferas e nativas para
implantação de grandes projetos industriais.
Enquanto isso, os
trabalhadores rurais sofrem todo tipo de pressão de grileiros para vender por
preço irrisório terras que serão transformadas em áreas de soja, cana de
açúcar, bambu e eucalipto, monoculturas infernais que estão fazendo sumir do
mapa do Maranhão comunidades rurais inteiras, sem que as autoridades atentem
para a gravidade do expurgo que acontece no campo.
Cria-se, assim, no interior
do Maranhão, uma paisagem devastada do ser humano enquanto sobe até os céus a
fumaça negra de carvoarias incendiárias que impunemente consomem a fauna e a
flora.
Em meio ao expurgo do homem
do campo, o desmatamento criminoso, a grilagem subsidiada por cartórios, rios e
riachos poluídos, a eliminação permitida da fauna e da flora não podemos estar
falando ainda em “Virada Sustentável”. O que precisamos dizer é que está se
tornando insustentável esse tipo de progresso que fulmina a natureza e que os
organismos oficiais de combate a essa destruição não estão atendendo a suas
funções. Até entendemos as limitações da Secretaria de Meio Ambiente e do
Ibama, mas os ataques ao Meio Ambiente no Maranhão não serão contidos com
oficinas de artesanato e shows artísticos. Podem apostar que não.
cunha santos
Gostei muito do blog, Mauron Regis. Parabéns!
ResponderExcluirVeja o que proponho, como ação ecológica local, no www.panakuí.wordpress.com
Abraço ecológico,
Moisés Matias