quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

espuma e muito bacuri

Tarso Sarraf/ValorArlindo Guimarães, da Amazon Beer: cervejaria paraense passa a exportar e quer elevar produção a 120 mil litros por mês
O "lifestyle" da praia não é o único conceito que o Brasil pode vender para o exterior. A marca paraense de cerveja Amazon Beer começa neste mês a exportar para Europa e China e, em março, para os Estados Unidos - um ano antes do que previa o plano de negócios. Arlindo Guimarães, proprietário, acredita que as vendas para o exterior podem somar até 80% da receita da Amazon Beer, que neste ano deve crescer 20% em relação a 2011 e chegar a R$ 12,5 milhões em receita. Os motivos, acredita o empresário, vão além do apelo exótico de "cerveja da floresta" e do logotipo tropical criado pelo designer americano Randy Mosher. Guimarães e o mestre cervejeiro Reynaldo Fogagnoli usam desde o ano 2000 frutas e raízes da região amazônica para criar sabores rótulos inéditos - uma witbier de taperebá (cajá), uma fruit beer de bacuri. Neste mês, a cervejaria lança outros três sabores, uma stout (tipo de cerveja escura feita com malte torrado) de açaí, uma red ale (avermelhada) maturada em priprioca e uma India Pale Ale (lupulada, amarga) maturada em semente de Cumaru. Para estimular a criatividade, a marca mantém uma pequena fábrica, com capacidade mensal de dois mil litros, apenas para testar e desenvolver novos produtos. Para 2013, a expectativa da Amazon Beer é faturar R$ 17 milhões.
Bacuri I Até o começo do ano passado, a Amazon Beer produzia cerca de 11 mil litros por mês em um bar que ainda hoje faz as vezes de microcervejaria na Estação das Docas, um centro de lazer revitalizado de Belém. Em junho do ano passado, em uma nova planta no distrito industrial da capital paraense, a produção dobrou e a empresa começou a distribuir cerveja engarrafada para cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente saem da fábrica mensalmente 70 mil litros para quase dez Estados, e a intenção da companhia é elevar esse número para 120 mil até fevereiro. Antes de fundar a Amazon Beer, Guimarães não era exatamente defensor da causa das cervejas artesanais, mas um franqueado da multinacional de softwares empresariais Totvs. "Queria investir em um negócio novo e li que esse mercado, mais consolidado na Europa e Estados Unidos, estava crescendo no Chile e na Argentina. Imaginei que o mesmo aconteceria no Brasil."


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