quarta-feira, 26 de maio de 2010

Oficina de Construção do viveiro para mudas nativas e frutíferas ( segundo dia)



Dando continuidade ao Projeto “Arte e Meio Ambiente” com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos a equipe do Fórum Carajás com assessoria do Engenheiro Agrônomo Teresinho Alves e do educador popular Saci Telele estiveram em  Bonsucesso para ministrar mais uma etapa dos trabalhos que compõem a proposta do projeto.


Dia 23/05 ( Domingo)

Construção do viveiro

Preparo dos substratos

Plantio das sementes e suas peculiaridades na germinação/irrigação/sombreamento/tratos culturais

Divisão dos trabalhos para manutenção do viveiro

Agenda da próxima oficina
 
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Segue algumas imagens do segundo dia de trabalho em Bonsucesso - Mata Roma(MA):
 
 
 
 
Foto 01: participante carrega madeira para construção do viveiro


Foto 02: Grupo monta a estrutura do viveiro a partir de materiais do cerrado


Foto 03: Montagem do viveiro



Foto 04: construção do viveiro


Foto 05: participantes da oficina construindo o viveiro


Foto 06: Teresinho fala sobre substrato para produção das mudas



Foto 07: participantes enchem os sacos com substrato


Foto 08: enchimento dos sacos com substrato


Foto 09: Participantes misturam os substratos


Foto 10: Participantes no trabalho de campo



Foto 11: Participante organiza os sacos com sementes de espécies nativas


Foto 12: Semeando  e organizando os sacos com espécies nativas


Foto 13: Organizando os sacos com as sementes


Foto 14: Grupo trabalha nas tarefas de campo



Foto 15: preparando o almoço dos participantes da oficina



Foto 16: As refeições são preparadas em forno típico


Foto 17: Crianças quilombolas de Bonsucesso jogam futebol no fim de tarde



Fotos e texto: Edmilson Pinheiro ( Fórum Carajás)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Oficina de Construção do viveiro para mudas nativas e frutíferas

Bonsucesso- Mata Roma (MA), 22 e 23/05/2010


Dando continuidade ao Projeto “Arte e Meio Ambiente” com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos a equipe do Fórum Carajás com assessoria do Engenheiro Agrônomo Teresinho Alves e do educador popular Saci Telele estiveram em Bonsucesso para ministrar mais uma etapa dos trabalhos que compõem a proposta do projeto.

abaixo segue a programação do primeiro dia de trabalho e algumas imagens das atividades realizadas.
Dia 22/05:

A importância da cartografia social para as comunidades negras ( CCN/MA)

Trabalhando as questões ambientais e a arte local

A importância do reflorestamento das matas ciliares e os impactos das monoculturas nos recursos hídricos

Teoria e Prática: a importância do viveiro e suas etapas de construção

Escolha da área, limpeza, marcação e divisão dos trabalhos por grupos

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Imagens do primeiro dia ( 21 - sábado) em Bonsucesso-Mata Roma (MA)

Foto 01: Saci demonstra  a importância da arte na preservação ambiental



Foto 02: Mayron destaca  as consequências das monoculturas para as mudanças climáticas


Foto 03: O Agrônomo Teresinho Alves fala sobre a importância do reflorestamento das matas ciliares



Foto 04: Participantes atentos ao diálogo sobre meio ambiente e mudanças climáticas


Foto 05: Momento de descontração com os participantes através das dinâmicas de Saci


Foto 06: Limpeza da área para construção do viveiro de mudas


Foto 07: limpeza da área


Foto 08: destocamento da área


Foto 09: Participantes fazem a limpeza da área


Foto 10: Participante da Oficina retira as raízes e tocos da área

Texto e fotos:  Edmilson Pinheiro (Fórum Carajás)
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Reunião com a Suzano


O representante da Suzano acusa as comunidades de Santa Quitéria de serem invasoras, então conclui-se que todas as comunidades que vivem há mais de cem anos no Baixo Parnaiba seriam invasoras desde que não lutem pela terra.Ai vai um relato de pedro Cesar do GtA.
Mayron
A reunião da Comissão de Ética do Fórum Amazônia Sustentável ocorreu, em 11/5, na sede do Gife, em São Paulo.
A pauta constava de um único ponto: a fundamentação da denúncia apresentada pelo GTA contra a Vale e a Suzano.
Coube-me fazer essa argumentação e levar os documentos necessários.
A Vale não enviou representante. Pela Suzano participou Alexandre - Gerente de Projetos da Suzano.
Minha primeira argumentação foi no sentido de perguntar se alguma das entidades integrantes da CE/FAS tinha algum vínculo com as empresas, o que as deixariam em suspeição e sem condições de participar. O representante do Instituto Peabiru informou que executava projetos com recursos do Fundo Vale, mas se achava em condições de participar. Pedi que fosse registrada na ata o meu pedido de suspeição ao instituto.
Em seguida apresentei todas as denúncias em relação a Vale e entreguei uma cópia da sentença proferida pela 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas - Justiça do Trabalho da 8ª Região.
Em relação a Suzano procedi da mesma forma, fazendo as denúncias e apresentando cópias das petições oficiais. Reafirmei que a SMDDH tem enfrentado longas batalhas ao lado das comunidades agredidas pela empresa, etc. e que somente ainda permanecem nas terras por resistirem as agressões e ameaças da Suzan o.
O representante da Suzano usou o argumento de que as comunidades eram invasoras. Quando contra-argumentei. O representante da Suzano informou que a funcionária deles, Luciana Batista, tem estado em contato com as comunidades, destacou as conversações com a D. Francisca.
Depois de um bom debate foi apresentada pela Comissão de Ética a seguinte proposta:
- imediata suspensão das atividades da Suzano nas terras pretendidas pelas comunidades. O representante da emrpesa disse que não tinha autorização para assumir esse compromisso.
- sugeriu então a realização imediata de uma reunião entre a empresa, a comunidade, a SMDDH e o GTA no próprio local, sendo a atividade mediada pela Comissão de Ética do FAS. Foi acordada a realização dessa reunião, que ficou de ser organizada pela Comissão de Ética.
Estamos aguardando o encaminhamento.  
A denúncia está devidamente arguida e fundamentada. Inclusive recebemos um ofício do Instituto Envolverde, datado de 20 de maio passado, pedindo o afastamento da Comissão de Ética por terem parcerias com as duas empresas. 
O GTA está dando continuidade à denúncias às duas empresas.
Estamos a disposição dos companheiros.
Abraços,
Pedro Batista

São Raimundo, municipio de Urbano Santos, e o desenvolvimento dos bacurizeiros

A partir de estudos sobre o extrativismo do bacuri por entidades de pesquisa (EMBRAPA) e movimentos sociais, observou que no município de Urbano Santo há a necessidade de conservação dessa espécie, além da melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.

Partindo desta premissa na comunidade de São Raimundo está sendo realizado desde dezembro de 2009 um projeto de extensão denominado “Estabelecimento de uma unidade de referência participativa visando a sustentabilidade do extrativismo do bacuri no Município de Urbano Santos no Maranhão”, com a parceria do Fórum Carajás e recursos da Cese.

As atividades desenvolvidas são:

- a implantação de um sistema agroflorestal baseado no bacurizeiro, espécie de maior abrangência e importância econômica na região.

- Capacitações sobre diversas temáticas referentes à sustentabilidade do extrativismo do bacuri, melhoria produtiva das atividades agrícolas e segurança alimentar.

Estando na metade do período de execução das atividades, observa-se que o sistema implantado já se encontra com as plantas de bacuri com desenvolvimento bom de acordo com os aspectos agronômicos, além de a área estar cercada e limpa. Este sistema será uma unidade de referência na região quanto à conservação da biodiversidade local e incremento de renda, sem prejudicar o meio ambiente.

Com relação às capacitações nota-se um interesse crescente dos participantes locais, e dos povoados vizinhos, pois tem aumentando o número de participantes, e o envolvimento nas atividades práticas e discussões. Nota-se que o publico já sente o projeto como uma ferramenta de conhecimento para o desenvolvimento de suas atividades visando à melhoria da qualidade de vida.



Georgiana Carvalho

Eng. Agrônoma

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Deputado Domingos Paz denúncia grialgem em Barreirinhas

Da Agência Assembleia



O deputado Domingos Paz (PSB) denunciou, nesta quinta-feira (20), no plenário da Assembleia Legislativa, o despejo de comunidades rurais em Barreirinhas e Urbanos Santos. Ele ressalta que o despejo autorizado por liminar da Justiça foi realizado com violência que resultou na queimada e na derrubadas das casas.



O deputado disse ter recebido a informação do caso quando visitou Barreirinhas e conversou com representantes das comunidades rurais deAnajá, Armazém, Baixa D’Água, Barra do Sítio, Barra do Sítio I, Barra do Sítio III, Cancela, Cigano, Jaboti, Jaboti II, Jurubeba I, Jurubeba II, Mangueira, Paulo Serrado, Rio Grande dos Lopes, Santa Rosa e Tabocas.



Ele explicou que estas comunidades situam-se na fronteira entre os municípios de Barreirinhas e Urbano Santos onde instalou-se uma pessoa interessada em plantar soja na região. “O Senhor André Xavier, um gaúcho dono de uma propriedade de mil e tantos hectares no município de Urbano Santos. Em determinado momento, ele alega que a propriedade dele estava sendo invadida por agricultores e entra com a reintegração de posse que é concedida”, relatou o deputado.



Além desse caso, o parlamentar denunciou outro processo de grilagem. Ele disse tratar-se de uma área comprada por outro gaúcho, dentro de um assentamento do Instituto de Colonização e Terra Maranhão (Iterma) de mais de dois mil hectares de terras. “E o pior que eu escutei, não quero aqui nominar, pois eu zelo muito pela imagem das pessoas, mas que há um comprometimento de pessoas ligadas aos órgãos de terras do Maranhão, principalmente do Iterma”, relatou.



Domingos Paz informou ainda que na próxima semana está marcada uma audiência com a presidência do Instituto, onde serão repassadas as denúncias. "Quero que seja encaminhado pela Mesa Diretora uma comunicação desta denúncia à presidência do Iterma, para que sejam tomadas as devidas providências no sentido de proteger aquelas comunidades contra a grilagem. Não interessa se a Associação, se membros da Associação estão coniventes, o que interessa é que aquela terra é pública, é um assentamento”, reclamou.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Assentamento Veredão - Chapadinha

Declara de interesse social, para fins de reforma agrária, os imóveis rurais que menciona, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 84, inciso IV, e 184 da Constituição, e nos termos dos arts. 2o da Lei Complementar no 76, de 6 de julho de 1993, 18 e 20 da Lei no 4.504, de 30 de novembro de 1964, e 2o da Lei no 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, DECRETA:
Art. 1o Ficam declarados de interesse social, para fins de reforma agrária, os seguintes imóveis rurais:
I - "Fazenda Veredão", com área registrada de três mil, cento e cinquenta hectares e oitenta e quatro ares, e área medida de três mil, quinhentos e sessenta e três hectares, quarenta e quatro ares e cinquenta centiares, situado no Município de Chapadinha, objeto do Registro no R-5-865, fls. 279, Livro 2-C, do Cartório de Registro de Imóveis do 1o Ofício da Comarca de Chapadinha, Estado do Maranhão

quinta-feira, 13 de maio de 2010

MPF/MA propõe ação civil pública contra o estado e a empresa Suzano Papel e Celulose

Os impactos ambientais da plantação de eucalípto no Baixo Parnaíba devem ser analisados pelo Ibama
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) propôs ação civil pública, com pedido de liminar, contra o Estado do Maranhão e a empresa Suzano Papel e Celulose S.A, em relação ao plantio de eucaliptos na região do Baixo Parnaíba.

 Desmatamento provocado pela Suzano em Santa Quitéria/MA(Foto: FDBP)


Na ação, o MPF/MA requer a anulação de todos os atos administrativos praticados pelo Estado do Maranhão referentes às licenças prévia, de instalação e de operação, além da autorização da supressão de vegetação concedidos para o empreendimento florestal da Suzano no Baixo Parnaíba.
A empresa pretende realizar o plantio de eucalipto em uma área de aproximadamente 42 mil hectares no Baixo Parnaíba, afetando principalmente o município de Santa Quitéria, com a possibilidade de impactos à bacia do rio Parnaíba, em empreendimento que foi iniciado pela empresa Margusa.

Segundo o MPF, várias irregularidades foram verificadas no licenciamento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e de Recursos Naturais do Estado do Maranhão (Sema); os impactos podem alcançar o rio Parnaíba, que é de domínio federal, além do estado vizinho do Piauí, considerando que nesse estado a empresa vai desenvolver atividade semelhante.

Além disso, a Sema concedeu autorização para desmatar mais de cinco mil hectares, quando teria poderes para permitir somente o corte de até mil hectares de vegetação, conduta que pode prejudicar o cerrado maranhense. E, mais, as licenças de instalação e operação da empresa foram concedidas no mesmo dia, o que é ilegal.

Assim o MPF entende que as licenças prévias, de instalação e operação da empresa, expedidas pela Sema são irregulares. Para o MPF, os estudos deveriam ser submetidos à analise do Instituto brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), que tem competência para a análise.

Por: Procuradoria da República no Estado do Maranhão
www.prma.mpf.gov.br

terça-feira, 11 de maio de 2010

Avaliação do Programa Baixo Parnaíba Território Livre

Local:  Chapadinha(MA), 11/05/2010

Imagem 01: Atividade na Comunidade de Bonsucesso- Mata Roma/MA( Arquivo- Fórum Carajás)


Nesta terça em Chapadinha(MA) o Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba, o Centro de Cultura Negra do Maranhão, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e o Fórum Carajás estarão avaliando o Programa que executam em parceria com a ICCO.

O Programa Baixo Parnaíba Território Livre completa dois anos de intervenção na região e tem como fato inovador a sintonia das atividades que garantem a união dos esforços e ações das organizações citadas em favor das populações tradicionais do Baixo Parnaíba. O Programa se estrutura em três grandes eixos: Quilombolas e Populações Tradicionais, Direitos Humanos e Meio Ambiente.


Por: Edmilson Pinheiro
www.forumcarajas.org.br

domingo, 9 de maio de 2010

As comunidades de Santa Quitéria não abeiram para a Suzano



Foto: Reunião no Pólo Coceira/Santa Quitéria/MA- (Divulgação)


Como sempre, a Suzano ensaboa as comunidades do Baixo Parnaíba às vezes com afago e outras vezes com reprimendas para que a própria deslize fácil por sobre as áreas de extrativismo e de roça em Santa Quitéria, Anapurus e Urbano Santos. Prorrompe um fundo material nesses certames que as comunidades tradicionais do Baixo Parnaíba e a Suzano Papel e Celulose acionam constantemente: os quase sete mil hectares de Chapada e de Baixão do Pólo Coceira. Nem para a Suzano e nem para o trem as comunidades do Pólo abeiram porque outras comunidades que abeiraram os eucaliptos batem à porta como no Mundé, Taboca, Baixão da Coceira II e Manoel Quente.
Por: Mayron Régis
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

O que a gente de Santa Quitéria quer?

O que essa gente quer? Esta pergunta apoquenta os funcionários da Suzano. Um destes funcionários embolorou uma conversa com o Sebastião do povoado Coceira. Ele estava na companhia do Lourival que libera um e outro morador para cortar bacurizeiros. A empresa recorre a essa prática seja em Santa Quitéria, Anapurus ou Urbano Santos, municípios do Baixo Parnaíba maranhense. Os moradores de outras localidades eliminam os bacurizeiros da Chapada, próxima ao Pólo Coceira, vendem para serrarias e a Suzano lucra em termos abstratos porque espalha a cizânia entre as comunidades. Na conversa, o funcionário da Suzano acercou o Sebastião por duas horas com sugestas do tipo “Digam o que querem. Querem educação, saúde ou produção?”. “O gestor municipal responde por essas áreas e não vocês.” - respondeu Sebastião.

Mayron Régis

Pólo Coceira - Santa Quitéria

O Pólo Coceira, atualmente, representa a área de mais e maiores conflitos sócio-ambientais no Baixo Parnaíba maranhense. Uma equipe da Suzano Papel e Celulose visita com freqüência as lideranças das quatro comunidades. Essas repentinas devoção e dedicação para com as comunidades se deve ao fato que elas obstruíram os tratores da empresa por duas vezes. Na primeira, funcionários da empresa foram saber qual era motivo da ação das comunidades e prometeram mundos e fundos. Na segunda, os moradores iam queimar os tratores. Depois da última tentativa frustrada, a empresa os aborda em suas residências como se a porta estivesse aberta para qualquer um. De fato e de direita, a empresa presume que por si só basta a presença dos seus funcionários e os moradores se sujeitam à prepotência deles.

O tamanho do Pólo Coceira delimita quase sete mil hectares de Chapada e Baixão. Para a Suzano Papel e Celulose, o fato de 300 famílias de agroextrativistas negarem passagem para os tratores dissiparem as centenas de bacurizeiros e outras espécies requer uma explicação. Que esse pessoal quer?

Por: Mayron Régis
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

sábado, 8 de maio de 2010

SANTA QUITÉRIA, BAIXO PARNAIBA MARANHENSE, E AS RESERVAS ILEGAIS DA SUZANO PAPEL E CELULOSE



                                                 Foto: Arquivo Fórum Carajás
As fazendas Barra da Onça e Filadélfia são propriedades da empresa Suzano Papel e Celulose, no município de Santa Quitéria, Baixo Parnaíba maranhense. No primeiro semestre de 2009 a empresa desmatou partes das duas fazendas para o plantio de eucalipto. Entre um e outro plantio, lê-se reserva legal. Estas áreas em boa parte correspondem a uma vegetação rala do Cerrado. As partes mais significativas do Cerrado dessas duas fazendas foram postas a baixo pelos tratores da empresa e pelo uso de correntões. Provavelmente, o desmatamento de vegetação nativa possibilitou a existência de mais de cinco mil hectares de plantios de eucalipto. E a empresa pretendia aumentar mais o desmatamento com as áreas do Pólo Coceira - comunidades da Coceira, Baixão da Coceira I, Lagoa das Caraíbas e São José.

Por: Mayron Régis
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Relatório de São Bernardo: Baixo Parnaiba maranhense

Apresentação


Reunião  em São Bernardo/MA


Região do Baixo Parnaíba

Representantes da Cáritas Diocesana, Centro dos Direitos de Santa Quitéria , Fórum Carajás e representantes das associações Alto Munin, São Benedito, Bicuiba, Baixa Grande, reuniram-se no dia 20 de janeiro de 2010 no município de São Bernardo para identificar os danos causados pelos grupos de agronegócio as comunidades e ao ambiente e, traçar estratégias de fortalecimento das comunidade na região . A reunião foi coordenada por Mayron Regis assessor do Fórum Carajás.


Expectativas dos participantes


-Conhecer criar formas de produção alternativa a lógica do agronegócio ao agronegócio

-Busca de informações sobre como o capital vem se apropriando das terras do estado e dos agricultores familiares;

-Fortalecer o sentimento de pertencimento locais e as relações entre as comunidades locais .

Objetivo da reunião

-Coleta de informações para um programa de assessoria técnica nos Municípios de Anapurus, Santa Quitéria e São Bernardo;

-realizar um diagnóstico dos danos causados pelo agronegócio na região;

-Identificar e mapear os conflitos que estão relacionados com a SLC ;

Diagnóstico

Segundo participantes, em Santa Quitéria é cada vez maior a pressão que o grupo Suzano impõe contra as comunidades, no sentido que avança mais sobre áreas devolutas onde há grande diversidade de espécies da fauna e flora do cerrado e onde as populações tradicionais realizam extrativismo vegetal e animal para sua sobrevivência .

Outra estratégia desses grupos seria a aquisição de terras de pequenos proprietários de forma licita ou não, nas proximidades de suas áreas objetivando manter a continuidade dos plantios e ao mesmo tempo escaparem das obrigações legais comprado pequenas propriedades em nome de terceiros (ex empregados ) .

Um dos mecanismos de convencimento do capital para adquirir novas áreas e de pequenos pequenas posses é a afirmativa de que o pequeno não precisa mais do que 5 hectares para sobreviver.

O Programa de assessoria

O projeto discutirá produção sustentável para agricultores familiares da região com uma perspectiva transversal com temáticas ambientais, econômica e social.

Cabe destacar que a assessoria se fará nas áreas de conflito, isto é, onde são graves os danos causados pelo agronegócio as populações e aos ecossistemas locais. Nesse sentido a assessoria fará uma interlocução entre as comunidades e os órgãos públicos e organizações que regulamentam, monitoram e propõe políticas agrárias e ambientais.

Ao longo do acompanhamento e de acordo com as demandas e interesses das comunidades, poderão ser elaboradas propostas mais especificas relacionadas com a temática ambiental. Para isso será realizado mapeamento dos possíveis apoios para encaminhamentos das propostas e o mapeamento das espécies da flora de interesse econômico para região.

Intervenções:

Falas dos representantes das comunidades.



Segundo participantes, em Santa Quitéria o grupo Suzano pretende anexar novas áreas onde há diversidade de espécies do cerrado, a justificativa dos grupos agronegócio é que o pequeno agricultor não precisa mais que 5 há para estabelecer seus cultivos.

Em Coqueiro :

Há problemas com compra ilegal de terra , pois um Senhor de nome Valdemir vendeu 72 hectare(em cartório), mas que na verdade estão sendo utilizados 108 hectares , os agricultores não sabem quem é no novo proprietário se é o grupo SLC ou outro.

A associação solicitou em 2002 um pedido de vistoria junto ao INCRA, Em 2009 foram ao ITERMA onde verificaram a existência do documento.

Na há Baixa Grande há 150 famílias que vivem de subsistência e do extrativismo do murici,bacuri e piqui.

“a nossa cultura é alimentar e produtiva nas áreas onde o agricultor costuma deixar como reserva o agronegócio costuma se apropriar , são áreas planas onde o agricultor realiza extrativismo e onde os animais pastavam o mato nativo.”

Funcionário da SLC está comprando terras de forma ilegal nas proximidades das comunidades. Estão acessando ao poder público local para legalizar essas ações.

Em Baixa Grande há quatro associações, essa comunidade fica a 18 km de Santa Quitéria. E o acesso é via Cajueiro.

Os associados do Lago do Bacuri estão preocupados com o avanço do agronegócio, pois a lagoa recebe água de vários riachos da região.

Seqüencialmente, Nas proximidades da BR há várias comunidades. Onde também há proprietários de terra,isolados. Esta faixa termina nos 5 mil ha da Margusa, revelando a estratégias das empresas em adquirir penas áreas próximas para fugir a as obrigações do licenciamento ambiental.

Os grupos (SLC ou outro grupo de Mato Grosso) querem adquirir terras entre São Bernardo e Araioses , totalizando 2.900ha.

- Destacaram problema da compra ilegal de terras, por compradores não identificados pelos agricultores;

-Solicitação de vistoria não atendida em tempo hábil pelos órgãos: INCRA e ITERMA;

-Nas áreas onde o agricultor costumava deixar como reserva, o agronegócio se apropria. São áreas planas onde quem vive da agricultura, realizavam extrativismo e costumavam deixar os animais soltos;

Em Bicuiba

A área é muito rica em Piqui, Bacuri e essências madeireiras. Na região há um pequeno córrego temporário.

Está área é próxima a Baixa Grande segundo Zé Ricardo, onde criam suínos, caprinos e bovinos.

Anteriormente iam as chapadas para retirar madeira para diversas utilidades para as família.

Alto Bonito:

Zé Maria de Alto Bonito , comunidade e associação onde há, respectivamente, 67 famílias e 22 associados Essas terras pertencem a cinco donos (direito de herança), algumas dessas famílias querem vender porque os agricultores que moram na área não pagam para uso da terra. E a associação e moradores vêm agindo no sentido de convencer os proprietário a não vender para os grupos mas programas de desapropriação terra para reforma agrária com menos de 1000ha , a exemplo do credito fundiário.

“Cada dono possui 219 hectares, o INCRA não desapropria menos de mil hectares, a idéia seria o credito fundiário”


Participantes da Reunião em São Bernardo/MA



Encaminhamentos

-Solicitar junto ao ITERMA demarcações das áreas de posses a fim de garantir os direitos dos agricultores;

-Acompanhar as atividades de demarcação do INCRA e ITERMA na região

-Realizar reuniões com as 4(quatro) associações da Baixa Grande, informativas sobre as estratégias dos grandes grupos para posses dos agricultores;

-Em Santa Quitéria há pequenos propriedades com menos 1(mil) há e são áreas adquiridas pela SLC e nessas áreas ainda há moradores;

-Solicitar junto ao Iterma mapeamento das áreas devolutas na região;

-Manter as comunidades informadas e tornando-as participantes do processo;

-Realizar reuniões com família que querem vender suas posses orientando a entrarem em negociação com os trabalhadores e não com o agronegócio..



Por: Cristiane Macau

http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/