Prêmio Fapema 2012”: pesquisa sobre a restinga do Parque dos Lençóis

Série “Ganhadores do Prêmio Fapema 2012”: pesquisa sobre a restinga do Parque dos Lençóis Fechando a série, Éville Karina Ribeiro (à esq.) foi premiada na categoria Tese de Doutorado

SÃO LUÍS - Fenologia e atributos reprodutivos de espécies ocorrentes em restinga no Maranhão. Esse foi o tema do trabalho de Éville Karina Maciel Delgado Ribeiro, que rendeu a ela premiação no Prêmio Fapema 2012, na categoria Tese de Doutorado. O estudo pesquisou as relações biológicas dentro da restinga da área do Parque dos Lençóis Maranhense. Durante a pesquisa, foi avaliada a fenologia das espécies ocorrentes em um ambiente de Restinga, para verificar como os padrões fenológicos variam entre hábitos e como se correlacionam com os fatores climáticos, além de abordar aspectos importantes da reprodução das espécies vegetais encontradas. Estimulada pela ausência de estudos envolvendo estes aspectos, a doutora em Biologia Vegetal aponta que, quando são encontrados, os trabalhos dessa temática “concentram-se principalmente nas regiões Sul e Sudeste, sendo as regiões Norte e Nordeste pobremente representadas”. Éville explica que restinga é a vegetação comumente encontrada em regiões formadas em cima de dunas ou de regiões arenosas, que possui uma vegetação característica devido a uma combinação de fatores físicos e químicos destas áreas. “Elas têm um diferencial: conseguem sobreviver em regiões que têm mais salinidade, temperatura elevada e alta exposição à luminosidade. Às vezes elas têm uma relação diferente das outras plantas porque precisam estar adaptadas a esses hábitos”, coloca. Para a realização do trabalho, Éville pesquisou durante dois anos o tipo de relação das plantas daquela região, a partir da coleta de flores e frutos que, segundo ela, eram identificados quanto à cor, néctar e fruto, relacionando também, com fatores climáticos, como chuva, umidade relativa e temperatura. Ela explica que, ao tomar conhecimento dos aspectos ecológicos, além de proporcionar um melhor entendimento sobre o assunto, ações mitigadoras que culminem na conservação do ecossistema podem ser tomadas a partir desses estudos. “Quando vamos preservar uma região, às vezes nos preocupamos somente com o tipo de hábito. As pessoas geralmente preservam árvores, e é importante visualizar que devemos manter a relação inteira daquela região. Você tem que preservar tudo que está contido nela”, explica. Sobre os resultados, a pesquisadora sugere que a maior quantidade de hábitos pode proporcionar maior diversidade de atributos numa comunidade. “O que eu percebi é que as ervas, os arbustos, árvores e trepadeiras se complementam quanto a isso, quanto aos recursos. Se você quer realmente preservar as relações ecológicas de uma região, você tem que preservar toda vegetação contida naquela área, e não apenas um tipo”, aponta. Legenda da foto: Éville Karina Maciel Delgado Ribeiro e sua orientadora, Isabel Cristina Machado, ao lado da Secretária de Estado da Cultura, Olga Simão, e o reitor da Universidade Ceuma, Marcos Barros.  www.ufma.br