GOVERNO DILMA quer pagar 13 vezes menos para remover famílias piauienses de suas casas
Desenvolvimento, obra de grande impacto, muitos recursos para o Estado
do Piauí. É assim, que é apresentada pelos políticos locais a usina
hidrelétrica que o governo federal pretende construir no rio Parnaíba.
Perdas históricas, famílias sem ter para onde ir, uns sendo indenizados,
outros com prejuízos, marginalização, falta de oportunidade e aumento
da marginalidade; efeitos colaterais bastante frequentes na construção
de barragens são esquecidos e pouco debatidos pelas autoridades.
Segundo o jornal Valor Econômico (de sexta-feira), o Tribunal de Contas
da União não concordou com os valores que a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), vinculada o Ministério das Minas e Energia, está
querendo gastar para desapropriar as mais de 2,3 mil famílias atingidas
pelas obras no Piauí.
Em outubro, o governo federal pretende leiloar duas hidrelétricas no
rio Parnaíba. Serão oferecidas as usinas de Ribeiro Gonçalves (113 MW) e
o Complexo Baixo Parnaíba (183 MW), sendo que esse último integra as
barragens de Estreito, Cachoeira e Castelhano.
Porém, enquanto o governo Dilma pretende usar R$ 510 mil por família
nas desapropriações da usina Sinop, no rio Teles Pires (Pará - Mato
Grosso), no Piauí o governo Dilma Rousseff colocou no projeto que vai
usar apenas R$ 40 mil for família nas desapropriações das usinas do rio
Parnaíba (Estreito, Cachoeira, Castelhano e Ribeiro Gonçalves).
Esse valor (R$ 40 mil) seria para custear as perdas com a propriedade
que será inundada, a construção de casa nova, prejuízos com os animais,
benfeitorias e outros bens que, nem sequer, já foram totalmente
avaliados. Sem falar, que existem pessoas que moram em propriedades de
terceiros, onde apenas o dono deve receber a indenização. Foi assim o
que aconteceu nas grandes hidrelétricas ao longo da história, o que
acabou gerando o surgimento dos movimentos sociais para defender os
interesses dos atingidos por barragens.
‘De acordo com o orçamento total previsto pela EPE para bancar os
custos socioambientais com aquisição de terrenos e benfeitorias em
moradias, será necessário gastar cerca de R$ 95 milhões para fazer o
reassentamento de aproximadamente 2,3 mil famílias que serão atingidas
por quatro hidrelétricas: Estreito, Cachoeira, Castelhano e Ribeiro
Gonçalves. No caso específico da usina de Sinop, porém, a previsão da
EPE apresenta um desembolso de R$ 265 milhões para adequar a situação de
500 famílias atingidas pela obra’, diz o texto de reportagem publicada
na sexta-feira(21), pelo jornal Valor Econômico.
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