João Jeová Machado de Sousa |
Confiram:
Pela Puba, por nossos irmãos e por Batalha...
Desde de 2009 que empresários Sulistas compram terras em nosso município e ciclo vizinhanças, de preferência na região das “PUBAS” , com a proposta de trazer o progresso e a agricultura moderna para nossa região, mas nós sabemos que tudo isso é “balela”, ou seja, “conversa pra boi dormir”. Se não houver reação contrária, vai acontecer o mesmo que já acontece com vários municípios do vizinho estado do Maranhão. Eles irão desmatar toda a terra para instalação de carvoeiras e plantio de eucalipto, destruindo totalmente nossa biodiversidade, que é responsável por serviços de ecossistema como a reciclagem de carbono, a capacidade de assimilação de resíduos, a manutenção da fertilidade dos solos, a regulação do clima, a polinização ou a dispersão de sementes.
Dados oficiais indicam que, em 2006, foram produzidos no Brasil 35, 125 milhões de m³ de carvão, sendo 49% originários de matas nativas. Já há uma demanda crescente por carvão, principalmente em Minas Gerais, por conta disso houve interesses das empresas carvoeiras para o Cerrado e para a Caatinga dos estados do Piauí e do Maranhão.
De acordo com os artigos 45 e 46 da Lca, é proibido o corte e a utilização de mata nativa. Contudo, ainda que haja tal proibição legal e uma tentativa de educação da população em relação ao meio ambiente, o comércio ilegal se expande e cada vez mais áreas de mata nativa são destruídas. Nossa região agora é alvo dessa crueldade, a vida vegetal e animal daquela região está ameaçada, sem falar nos pequenos agricultores e moradores da região, que estão sendo obrigados a deixar as propriedades, haja vista que seus patrões estão vendendo as terras para os ditos grupos estrangeiros.
A nossa água doce da Puba, Nanbú, Jurití, Rolinhas, Preá, Tatú, Asa Branca, Pau d’arco, Aroeira, Pau Pombo, Cascudo... nosso tão apreciado doce de buriti, nosso remelão de cana de açúcar, a cambica de araticum, o suco do bacuri....tudo isso será transformado em fumaça que consequentemente poluirá a cidade de Batalha-PI e vizinhanças.
O volume de riqueza produzida, especialmente pela via da exploração desses recursos, não é revertida, nem minimamente, em favor da população. A exploração desses recursos naturais produz, além dos efeitos mensuráveis como os já citados, outros efeitos de mensuração mais complexas irão atingir nosso município. A expulsão do homem da terra tem contribuído, por exemplo, para a reconfiguração do espaço urbano. Essa população engrossa a fileira dos que sobrevivem em condições subumanas, nas áreas periféricas das cidades.
A comunidade científica e ambientalista tem se preocupado bastante com essa questão, pois ela afeta nosso direito de viver, mas si faz necessário a colaboração da nossa sociedade para cobrar de nossos políticos uma atitude mais descente com relação ao problema apresentado, temos que unir nossas forças para salvar nossa BATALHA, TERRA ETERNAMENTE AMADA.
JOÃO JEOVÁ MACHADO DE SOUSA
ENGENHEIRO AGRÔNOMO
PÓS- GRADUADO EM DESENVOLVIMENTO DO MEIO AMBIENTE.
(*) Publicado originalmente na Folha de Batalha, parceira da Tribuna de Barras
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