domingo, 4 de novembro de 2012

Seca faz 80 municípios maranhenses declararem situação de emergência

   
 
64 localidades do Maranhão sofrem com o problema da falta de chuvas e freqüentes queimadas. Secretaria Nacional de Defesa Civil envia recursos para amenizar situação.

   
 (Teresa Maia/DP/D.A Press)
 
Oitenta e oito municípios do Maranhão decretaram situação de emergência por causa da seca que atinge principalmente as cidades localizadas no centro, leste e na porção norte do estado. De acordo com o tenente-coronel da Defesa Civil do Estado, Celso Alves, destes 88 municípios que estão em situação de emergência, apenas 64 foi reconhecido pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, por meio do Ministério da Integração Nacional do Governo Federal, para receber recursos destinados para a perfuração de poços, operação de carro pipa, cesta de alimentação e ração animal como forma de amenizar a problemática. Tais recursos foram liberados mediante projetos federais. “A produção agrícola está parada e isso causa perda quase total da produção, além disso, a água é escassa para o consumo e para a ração. O índice de chuva foi tão baixo que deu apenas para plantar, mas não nasceu, ou seja, não segurou, não germinou, é o que chamamos de seca verde”, contou o tenente-coronel, Celso Alves.

Ele disse ainda que as queimadas são também uma problemática que se agravam devido o clima seco e ainda a falta d’água para combater os pequenos focos que se alastram nos terrenos, causando grandes incêndios.“Além do clima propício, os moradores também são os causadores das queimadas, pois vão com a intenção de limpar uma pequena área utilizando o fogo, mas sem o uso adequado e com o vento, rapidamente, o fogo se alastra, prejudicando o meio ambiente, o trânsito e a saúde da população”, explicou o tenente-coronel, Celso Alves.

A falta d’ água não atinge apenas as pessoas, mas também os animais que perdem peso de forma rápida, adoecem e muitos morrem até nas queimadas, que na maioria das vezes, ocorrem com freqüência devido o clima seco nas regiões.

Esta estiagem é considerada como uma das mais intensas dos últimos anos e, com as queimadas, a situação se torna ainda mais preocupante.

As conseqüências da estiagem nas várias famílias de lavradores são muitas, entre elas a falta d’água e alimentação. Para a fauna maranhense a pior conseqüência é a morte de animais, que sem água e vegetação para se alimentarem não resistem, deixando vazios os pastos dos municípios. As queimadas provocadas pela seca colocam em risco a saúde de toda a população e a produção agrícola, que apresenta perda nas safras de arroz, milho e soja.

Para o presidente da Associação dos Criadores, José Assub, a estiagem prejudica o leilão que acontece todos os anos. O leilão foi adiado pela falta de interesse de compradores de animais. José alegou que não tem quem se interesse em comprar animais magros e maltratados pela seca. “O período seco afasta compradores que não querem adquiri animais doentes e magros. Muitos destes animais foram perdidos também nas queimadas, como bois e cavalos”, disse o presidente da Associação dos Criadores.

Assub contou também que ainda na semana passada um fazendeiro do interior do estado vendeu todo o seu gado por não ter como continuar com eles, já que com a falta de água só aumenta o prejuízo. “Nós não temos como fazer, apenas tentamos amenizar o problema. Não chove, não há água, fica difícil. O leilão foi adiado porque agora ninguém tem interesse em comprar animal nesse período seco. É uma tristeza esta situação. Tem fazendeiro mandando os gados da Bahia para o Maranhão, mas aqui a situação não está diferente da de lá, em Bacabal, por exemplo, nós nunca vimos algo parecido”, ressaltou Assub.

No município de Caxias, a Delegada da 4º Regional de Codó, Maria Tecla Cunha Costa, declarou que a situação é de grande emergência, pois com a seca as queimadas aumentam causando um grande risco ambiental, além de por em risco a vida dos cidadãos que contribuem para a população do município. A prefeitura de Caxias esta tomando as providências cabíveis para tentar amenizar a situação em que se encontra o município.

O prefeito Humberto Coutinho informou que a vegetação está bastante seca e as queimadas preocupa a administração municipal, pois com a alta temperatura o índice é maior e mais propício para ocorrer este problema. Os “açudes estão secando e os animais bastante magros”, explicou a delegada Tecla. Ela informou ainda que as providências para ajudar as famílias e animais já estão sendo tomadas, e que só resta aguardar.

Confira a reportagem completa na edição impressa de O Imparcial.
 

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