A
proposta foi iniciada em 2005, mas está parada no Ministério do Meio
Ambiente para elaboração de decreto e avaliação da presidente
Aproposta
da criação da reserva fica localizada no Sul do estado de Sergipe, nos
municípios de Estância, Indiaroba, Santa Luzia do Itanhy e Itaporanga
D´Ajuda. O processo iniciou em 2005 e seus
tramites técnicos já foram conclu ídos no ICMBio, inclusive a consulta
pública. Mas, seguiu para o Ministério do Meio Ambiente para os tramites
finais, ou seja, elaboração de decreto, assim como para avaliação da
Presidente da República e lá encontra-se parado.
A
área da proposta faz parte das bacias dos rios Piauí, Real e Fundo,
sendo constituída, fundamentalmente de um conjunto de ecossistemas
costeiros, tais como manguezais, apicuns, restingas, campos alagados,
além de fragmentos da mata atlântica. Em Sergipe, este complexo
estuárino compreende os maiores remanescentes de ecossistemas do bioma
mata atlântica e representa um dos estuários mais ricos em termos de
produção pesqueira no estado. A região abriga ainda espécies ameaçadas
de aves, guigó-de-Sergipe.
A
proposta foi iniciada em 2005 com demanda da colônia de pescadores de
Estância, incluindo solicitações nos anos posteriores, com a demanda de
outras representações das colônias de pescadores de Indiaroba, Santa
Luzia do Itanhy, Itaporanga D´Ajuda, movimento das catadoras de mangaba
e, ainda associações diversas de povoados distribuídos
pelos quatro municípios. A região é também área de desenvolvimento
constante de projetos de pesquisa da Embrapa-Tabuleiros Costeiros e área
de atuação do PEAC - Programa de Educação Ambiental com Comunidades Co
steiras.
Os
potenciais beneficiários pela reserva são as comunidades tradicionais
extrativistas das proximidades dos estuários dos rios acima citados. São
famílias que exercem diversas atividades como a pesca a cata de
marisco, caranguejo/aratu e frutas, principalmente a mangaba. Vale
destacar que as mangabeiras contribuem substancialmente para o PIB de
cada município, até mesmo mais que a laranja e o coco de baia, conforme
Censo Agropecuário do IBGE 2009. Ressaltamos que as atividades
extrativistas ocorrem concomitantemente a outras atividades,
especialmente da agricultura familiar.
Entre
2005 e 2011, o IBAMA e o Instituto Chico Mendes (ICMBio), contando com a
parceria da Universidade Federal de Sergipe, Embrapa, INCRA, e SEMARH
realizaram várias visitas locais, vistorias e reuniões comunitárias, bem
como os estudos biológico e socioeconômico. Um dos objetivos da Resex é
garantir o acesso aos recursos naturais e que sua utilização ocorra de forma sustentável pelas populações tradicionais extrativistas.
Com
a conservação das belezas do estuário, propiciada com a criação da
Unidade de Conservação vai permitir que os atrativos do estuário
permaneçam e desta forma a atividade turística possa manter-se e ser
mais valorizada não somente nas áreas de praia. Com a conservação da
área, a própria atividade turística pode ser diversificada e valorizar
mais os atrativos naturais, os roteiros de ecoturismo, o turismo de base
comunitária e o turismo cultural. Essa região destaca-se este potencial
pela existência de atividades tais como: passeios de barcos
tradicionais (à vela), passeios de lancha, comida típicas, passeios
guiados entre outros.
A
reserva vai trazer os benefícios da manutenção da pesca artesanal que
gera/complementa renda para um número significativo de pessoas;
ordenamento com gestão participativa dos recursos pesqueiros, e outros
recursos ambientais; aumento do capital de giro nos quatro municípios
através da disponibilização de créditos rurais para as famílias
reconhecidas como beneficiárias da resex e garantir a necessária
preservação de áreas frágeis, atualmente sujeitas a fortes pressões de
degradação e ocupação.
A
proposta de limites apresentadas é talvez, a única possibilidade para
se conservar o conjunto de ecossistemas deste estuário e os demais
atribuídos ambientais e culturais da região, colaborando decisivamente
para a sobrevivência, desenvolvimento, e reconhecimento das comunidades
tradicionais demandantes. As
áreas que estão fora da proposta são: as praias, dunas e grandes lagoas.
No caso da região das praias ressalta-se praia do Abaís onde se
localiza a estrada Ayrton Sena e ponta do Saco. Assim como os
empreendimentos de carcinicultura e condomínio Porto Belo.
As
principais ameaças à conservação da área são: apropriação e ocupação
desordenada, que provocam a expulsão da população local e a degradação
dos recursos hídricos e dos ecossistemas do estuário. Especulação
imobiliária nas regiões de restinga; falta de gestão dos recursos
pesqueiros, causando redução dos estoques e ameaça à própria atividade
de pesca.
Para
José Moraes dirigente da Colônia dos Pescadores Z-4, a unidade de
conservação não quer terra de ninguém. “Queremos sim as área nas
encostas dos manguezais, dos rios e riachos que são áreas de preservação
permanente”, ressalta.
Ele
revela que hoje muitos portos foram fechados e que existem
proprietários que possuem até trator para puxar qualquer barco que
encoste, além de vigilantes armados em várias áreas.
Nós
ouvimos o senhor Jonas Almeida, ele confirmou que na Siriba ninguém
pode nem estacionar, ele disse que além de vigilantes armados há
cachorros soltos durante a noite.
Já a presidente da ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA PRO MELHORAMENTO DO POVOADO FARNAVAL, Maria José dos Santos, afirmou que
os moradores do povoado querem que sejam retiradas da RESEX LITORAL SUL
DE SERGIPE as áreas de terras pertencentes aos moradores do FARNAVAL.
Indagada
sobre a proposta da RESEX, ela entende que a reserva visa preservar o
ecossistema, porém não pode perturbar o equilíbrio existente entre a
comunidade e o meio ambiente. Ela reconhece que por ocasião da proposta
para a criação da RESEX existiram várias consultas públicas que
procuravam apurar e sentir o desejo dos moradores de toda a região
abrangida, que é uma região muito maior do que a do povoado Farnaval.
Ela
argumenta que os moradores deste pedaço de terra, adquiriram seus
terrenos com sacrifício ou os possuem há mais de 30 anos, não querem ver
esbulhadas as suas terras. Ela é taxativa: o extrativismo da mangaba
não se dar em nosso povoado e sim a pesca com o extrativismo do
manguezal.
A
presidente disse que espera a criação da RESEX para preservar as marés e
os manguezais da ação predatória exercida por pessoas inescrupulosas
que pescam com o uso de bombas, correntes, redes de malhas
inapropriadas, formação de cambôas ou armadilhas para os peixes e demais
artifícios predadores, que, além do prejuízo imediato comprometerá a
manutenção da flora e da fauna aquática.
Por Augusto Santos com informações do ICMbio
www.faxaju.com.br
DEMAGOGIA DE QUEM NÃO SE PREOCUPA COM O MEIO AMBIENTE, A MAIOR PROVA É CASAS CONSTRUIDAS QUASE DENTRO DA MARÉ E OS DESMATAMENTO DE MANGUEZAIS E A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.
ResponderExcluir