09/08/2013 - MST - Mov. Trabalhadores Rurais Sem Terra - Brasil
- Por Ednubia Ghisi e Geani Paula Souza Da Página do MST
Mais de 300 mil hectares do território paranaense são de propriedade
da empresa de papel e celulose Klabin. Cidades onde há cultivo
extensivo de pinus e eucalipto têm baixo índice de desenvolvimento
humano.
O monocultivo de madeira tem se tornado um grande inimigo dos camponeses paranaenses, e não é de hoje. Há mais de 70 anos, chegava ao Paraná a empresa de papel de celulose Klabin, e, desde então, municípios como Telemaco Borba, Ortigueira e Imbaú têm seus territórios cobertos em grande parte por eucalipto e pinus.
Em pesquisa desenvolvida recentemente, o professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Roberto Martins, aponta que mais de 300 mil hectares no Paraná são propriedade da Klabin.
O município de Imbaú é um dos mais afetados: cerca de 40% do território está coberto pela produção industrial de árvores. Já a região Noroeste do estado é alvo da expansão da produção de carvão mineral.
“No contexto internacional, as plantações industriais de árvores estão passando para o Sul global. África, América Latina e Ásia são os alvos das plantações industriais do grande setor de papel e celulose mundial”, afirma o pesquisador, presente na 12ª Jornada de Agroecologia do Paraná.
Clique aqui e acompanhe o site da Jornada de Agroecologia
Resultado da incorporação da Aracruz Celulose pela Votorantim, a empresa Fibria ocupa hoje 1,7 milhão de hectares do território nacional. Segundo Martins, a empresa é uma das maiores forças que ameaçam a população indígena do Mato Grosso do Sul.
Na avaliação do pesquisador, o governo Lula foi o mais favorável para as empresas de papel e celulose. De 2003 a 2007 foram aplicados R$ 4,4 bilhões no setor, além da criação do Plano Nacional de Florestas e do Conselho Nacional de Florestas, ambos para avançar no desenvolvimento do setor, segundo Martins.
Consequências
A lógica da produção industrial de árvores repete a do agronegócio: plantio em larga escala, flexibilização das leis trabalhistas, com situações de trabalho análogo à escravidão, e desrespeito à natureza.
Uma das consequências graves do chamado “deserto verde” é a destruição de nascentes. A pesquisa realizada por Roberto Martins, que contou com a participação direta de 30 camponeses atingidos, identificou mais de 40 nascentes secas como resultado do intenso plantio de pinus e eucalipto.
Outro problema se dá em decorrência do uso de clonagem no cultivo de eucalipto, que prejudica a sobrevivência de abelhas e, assim, a produção de alimentos. “Hoje há substituição de áreas que eram utilizadas historicamente para a produção de alimentos, e agora são áreas onde só há plantio de madeira”, aponta Martins, que vê como resultado dessa mudança no uso da terra os baixos índices de desenvolvimento da região de Ortigueira.
Ariolino Alves Moraes, agricultor do assentamento Guanabara, em Imbaú, conta que quase 90% do território de Telêmaco Borba está tomado pela empresa Klabin. “Não sobrou gente na lavoura. Sem gente, acabou alimento, está se acabando a água, e a natureza se reduziu às planta de eucalipto”, lamente o camponês.
“O famoso progresso, desenvolvimento sustentável, seja lá o neologismo que a empresa queira criar, não consegue se efetivar na região porque o modelo autoritário de desenvolvimento não permite a inclusão e o desenvolvimento participativo da região de outras formas sociais produtivas”, afirma Roberto Martins.
O monocultivo de madeira tem se tornado um grande inimigo dos camponeses paranaenses, e não é de hoje. Há mais de 70 anos, chegava ao Paraná a empresa de papel de celulose Klabin, e, desde então, municípios como Telemaco Borba, Ortigueira e Imbaú têm seus territórios cobertos em grande parte por eucalipto e pinus.
Em pesquisa desenvolvida recentemente, o professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Roberto Martins, aponta que mais de 300 mil hectares no Paraná são propriedade da Klabin.
O município de Imbaú é um dos mais afetados: cerca de 40% do território está coberto pela produção industrial de árvores. Já a região Noroeste do estado é alvo da expansão da produção de carvão mineral.
“No contexto internacional, as plantações industriais de árvores estão passando para o Sul global. África, América Latina e Ásia são os alvos das plantações industriais do grande setor de papel e celulose mundial”, afirma o pesquisador, presente na 12ª Jornada de Agroecologia do Paraná.
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Resultado da incorporação da Aracruz Celulose pela Votorantim, a empresa Fibria ocupa hoje 1,7 milhão de hectares do território nacional. Segundo Martins, a empresa é uma das maiores forças que ameaçam a população indígena do Mato Grosso do Sul.
Na avaliação do pesquisador, o governo Lula foi o mais favorável para as empresas de papel e celulose. De 2003 a 2007 foram aplicados R$ 4,4 bilhões no setor, além da criação do Plano Nacional de Florestas e do Conselho Nacional de Florestas, ambos para avançar no desenvolvimento do setor, segundo Martins.
Consequências
A lógica da produção industrial de árvores repete a do agronegócio: plantio em larga escala, flexibilização das leis trabalhistas, com situações de trabalho análogo à escravidão, e desrespeito à natureza.
Uma das consequências graves do chamado “deserto verde” é a destruição de nascentes. A pesquisa realizada por Roberto Martins, que contou com a participação direta de 30 camponeses atingidos, identificou mais de 40 nascentes secas como resultado do intenso plantio de pinus e eucalipto.
Outro problema se dá em decorrência do uso de clonagem no cultivo de eucalipto, que prejudica a sobrevivência de abelhas e, assim, a produção de alimentos. “Hoje há substituição de áreas que eram utilizadas historicamente para a produção de alimentos, e agora são áreas onde só há plantio de madeira”, aponta Martins, que vê como resultado dessa mudança no uso da terra os baixos índices de desenvolvimento da região de Ortigueira.
Ariolino Alves Moraes, agricultor do assentamento Guanabara, em Imbaú, conta que quase 90% do território de Telêmaco Borba está tomado pela empresa Klabin. “Não sobrou gente na lavoura. Sem gente, acabou alimento, está se acabando a água, e a natureza se reduziu às planta de eucalipto”, lamente o camponês.
“O famoso progresso, desenvolvimento sustentável, seja lá o neologismo que a empresa queira criar, não consegue se efetivar na região porque o modelo autoritário de desenvolvimento não permite a inclusão e o desenvolvimento participativo da região de outras formas sociais produtivas”, afirma Roberto Martins.
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