Do diretor Will Martins, ” Nem Caroço
Nem Casca Uma – História de Quilombolas” conta a resistência de
famílias remanescentes de quilombo para manterem vivas tradições
culturais negras brasileiras.
Por Guilherme Duarte.
Um retrato da resistência quilombola
brasileira, é o que propõe o documentário “Nem Caroço Nem Casca Uma
-História de Quilombolas”, que será hoje, 30/7, Cinema Odeon Petrobras,
no Rio de Janeiro/RJ. A obra é uma produção do diretor Will Martins numa
parceria entre a Elecnor Transmissão de Energia, a Novelo Filmes, com o
auxílio de coprodução da ONG Me Ensina e da produtora Glóbulo Marcas de
Propósito.
O documentário tem a cidade de Viana/MA
como ponto de partida e se baseia em uma estrada no interior do Maranhão
que une moradores de seis comunidades quilombolas. “Nem Caroço Nem
Casca” apresenta o dia-a-dia dos povoados, que entrelaçados pelo mesmo
passado de luta e escravidão, mostram que educação, religião, cultura e o
amor são as ferramentas mais fortes de resistência.
Uma rica experiência – Will Martins
explica que a ideia de fazer o filme surgiu por acaso. Pelo fato de
sempre fazer documentários pelo Brasil inteiro, ele percebeu que a
realidade dos quilombos é um assunto pouco explorado. “Foi mais o tema
que me encontrou do que eu que encontrei o tema”, diz.
O diretor explica que, no começo, achou
que teria muito trabalho para realizar o documentário, mas se sentiu
surpreendido. “A única dificuldade que senti foi a distância e o acesso
dos locais da filmagem. Mas o bom humor, o carinho, o amor e a
oportunidade de estar perto e poder conversar com as pessoas foi muito
cativante para mim”, explica.
Um novo retrato quilombola – Martins
acredita que o filme será de grande importância para a população
brasileira. Pois, quando se fala em população negra, pensa-se logo em
escravidão. A obra vai além. “No filme conto como os quilombolas vivem
hoje, o que se perdeu e o que eles fazem para resgatar e conservar a
cultura”.
O projeto, inclusive, apoiou junto à
Fundação Cultural Palmares, o processo de certificação de onze
comunidades quilombolas: Boa fé, Bornel, Cacoal, Mocambo, Canarana,
Capoeira, Melhora, Ipiranga, Carro Quebrado, Ponte de Tábua e São Manoel
II.
A exibição do documentário será,
primeiramente, apenas para convidados e imprensa. Mas também está
prevista a realização de mostras públicas em festivais culturais.
Imagem: direitoamoradia.org
Fonte: Fundação Cultural Palmares
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