quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Jatobá, Pitomba de Leite e flores de Murici: riquezas naturais de nossa flora urbanossantense





 



Escrever sobre a natureza em pleno período de aquecimento global é muito mais gratificante, uma vez que a própria natureza é esquecida. Em nossa cidade Urbano Santos, Estado do Maranhão – Brasil, um pedaço do mundo como qualquer outra parte do globo terrestre, existem maravilhas pouco conhecidas pelos pesquisadores e ambientalistas.
Falo então de belezas naturais como o fruto do jatobá, uma espécie rara de nossa flora. O jatobá é uma árvore da pré-amazônia, como nossa região se localiza numa faixa de transição entre a Região Norte e Nordeste, podemos perceber a presença de muitas espécies encontradas tanto por aqui quanto na floresta amazônica. Nesse sentido o jatobá é encontrado nas poucas florestas de nosso município, sabemos também do grande risco de extinção dessa árvore por motivo da procura para a fabricação de móveis, pois ela é de grande porte. O Jatobá bota um fruto resistente, sobre uma casca roxa, ao quebrar podemos encontrar a massa comestível, rica em vitaminas. A massa pode ser saboreada na hora, deixando uma goma grudada nos dentes e na língua por alguns momentos. Da mesma família do jatobá é o “jataí” – mais pequeno do que o Jatobá com as mesmas características, mas muito mais doce.Uma  outra fruta muito saborosa é a “Pitomba de Leite” – encontrada principalmente nas chapadas de nossa região, a Pitomba de Leite também é detectada nas margens do Rio Mocambo. A pitombeira é uma árvore já em perigo de desaparecimento, são encontradas muito raramente em algumas chapadas distantes e nas margens do Mocambo, nos Povoados: Porto Velho, Escuta e São José. Há notícias de que na localidade Sapucaia, próximos do limite dos Municípios de Urbano Santos e São Benedito do Rio Preto no encontro dos dois Rios: Preto e Mocambo, há uma grande quantidade dessa espécie que precisa ser cultivada em viveiros. A ideia de viveiros com plantas nativas de nossa região nos traz uma esperança de tentar resolver o mínimo de salvamento das nossas florestas e chapadas. O fruto da pitomba de leite é adocicado, parecido com uma sirigüela... esse fruto solta um leite sensível que não é prejudicial, mas se comermos demais percebemos o seu ácido nos lábios e na língua. A pitomba é comestível tanto por seres humanos quanto por animais como Cotia, rato, Paca e algumas aves. Amarelinha, o fruto da Pitomba de Leite não passa despercebido pelos animais da floresta, a pitombeira de acordo com a região onde é desenvolvida pode atingir um grau de estrutura assim como outras árvores sendo também cobiçada para a extração de madeira na fabricação de móveis.
Pois bem a idéia do texto é informar aos leitores o valor do Jatobá, Pitomba de Leite e mais uma espécie muito conhecida por aqui: chamada “Murici” – o Murici é encontrado principalmente nas margens do Rio Mocambo, nas proximidades dos Povoados Tamanquinho e Porto Velho I. O muricizeiro bota seus cachos de flores amarelas num formato de cachos de uvas, muito apreciado pelos pássaros como Pipira, Bem-Te-Vi, Sabiá, Anum Branco, Galega que já está em extinção e muitos outros tipos. O Murici após ser colhido no pé ou depois de caído pode ser vendido para a fabricação de suco, muitíssimo procurado nas lanchonetes e restaurantes. O suco do murici quase todas as pessoas da nossa região já degustou, e até mesmo provou do fruto amarelinho com uma semente muito resistente, no seu tempo pode ser encontrado no Centro de Abastecimento da cidade. O Murici das margens do Rio Mocambo é diferente do murici da chapada, este da chapada seu fruto é menorzinho e não serve para a extração de suco – é eficiente apenas para pássaros e outros animais que se alimentam dele.  
Salvemos então os jatobazeiros, as pitombeiras e os muricizeiros, espécies populares desconhecidas por nós mesmos. A flora e fauna urbunossantense tem muito a nos oferecer, os frutos do cerrado, das margens dos nossos rios e dos cocais. Precisa-se de mais consciência ambiental, de mais respeito com a natureza. O desenvolvimento sustentável só dá certo se todos colaborarem coletivamente e, se cada um fazer sua parcela de contribuição para a sustentabilidade da própria vida.  Quem nunca saboreou um suco de murici? Mas será que esse suco que você bebeu é de murici de nossa região, ou murici importado? Então, falta incentivo para o processo de construção de políticas públicas em valorizar nossas próprias produções econômicas e naturais. Temos as espécies necessárias, temos a terra, temos a vontade de fazer e, o que está faltando? A natureza em pleno momento de aquecimento global está clamando por ajudas. Precisamos construir juntos esse projeto em defesa da vida e do mundo. Nossa cultura está tão próxima da gente, mas não a conhecemos de verdade. Caros leitores fiquem com essas informações sobre uma pequena partícula das coisas bonitas de nossas florestas que ainda precisam de mais reconhecimento e valorização de nossa própria gente. 


José Antonio Basto

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