Chico Miguel, presidente da FETAEMA, teme que a terra seja regada com sangue de inocentes trabalhadores e trabalhadoras rurais
O presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão – FETAEMA, Francisco de Jesus Silva, conhecido como Chico Miguel afirmou que o Maranhão, infelizmente retoma o período negro dos conflitos pela posse da terra e a pistolagem a serviço de fazendeiros, empresários do agronegócio, latifundiários e políticos, transformam o meio rural do Estado em um autêntico terror. Hoje, os conflitos superam o número de 80 e já são mais de 50 trabalhadores e trabalhadoras rurais na mira das armas de jagunços e pistoleiros e podem ser assassinados a qualquer momento. A realidade é que o Maranhão tem a maior parte da sua população no meio rural, e ela vem sofrendo ameaças cotidianas pela invasão de grandes empresas com tutelas dos poderes executivo, legislativo e judiciário, registrou o líder sindical e dirigente da FETAEMA.
Uma outra questão séria e de responsabilidade do executivo é que terras devolutas estão sendo através de meios fraudulentos, incorporadas ao patrimônio do agronegócio da soja, do eucalipto e do etanol. São casos escabrosos que podem perfeitamente ser investigados e esclarecidos em várias regiões do Maranhão, tendo exemplo as regiões do Baixo e Alto Parnaíba, e agora surgiu mais uma das inúmeras práticas criminosas no município de São Raimundo das Mangabeiras. Mais de 14 mil hectares de terras devolutas teriam sido regularizadas criminosamente para interessados do agronegócio, inclusive com conivência de instituições do poder público, destaca o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão. Temos constantemente nos reunido com as lideranças dos pólos do Movimento Sindical Rural e as preocupações são cada vez maiores com os avanços indiscriminados das ameaças da violência crescente. Encaminhamos para a Secretaria de Segurança Pública, denúncias graves que estão ocorrendo em 15 áreas de conflitos com iminência de confrontos, mas infelizmente de pouco ou nada adiantou. Para nós não é surpresa, haja vista que em vários municípios a opressão aos trabalhadores e trabalhadoras rurais é feita pelo aparelho policial do Estado. Estamos em sintonia permanente com a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na Agricultura para fazendo constantes denúncias e agora por ocasião do GRITO DA TERRA NO MARANHÃO, iremos para as ruas mostrar a realidade com destaque e explanar porque não temos produção de alimentos através da agricultura familiar e os altos investimentos para o agronegócio, uma vez que são eles os grandes doadores de campanhas eleitorais. Uma outra questão grave é que o INCRA tem demonstrado uma grande inércia na agilização de desapropriações e regularizações fundiárias, o que tem gerado muitas desconfianças e insatisfações ao Movimento Sindical Rural, que inclusive está se organizando para fazer cobranças à direção nacional do órgão, registrou o presidente da FETAEMA.
Aldir Dantas
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