Cerca
de 200 quilombolas realizaram entre 12 e 15 de março no INCRA de São
Luis, o Acampamento Quilombola Negro Flaviano. O acampamento é uma
atividade permanente do movimento quilombola do Maranhão – MOQUIBOM, que
luta em defesa da garantia e titulação dos territórios tradicionalmente
ocupados por centenas de comunidades quilombolas espalhadas no Estado
do Maranhão.
Nesta
quinta-feira (14), foi realizada uma Coletiva de Imprensa, onde os
acampados denunciaram que o acordo celebrado em 2011, pelo presidente
nacional do INCRA e o superintendente regional da instituição, nunca foi
cumprido. Os quilombolas reclamam também da morosidade do Estado
Brasileiro em efetivar o dispositivo constitucional ADCT 68, que
determina a titulação das terras remanescentes de quilombos. Devido a
morosidade do processo de titulação, a violência praticada contra estas
comunidades só tem aumentado a cada dia que passa.
A
senhora Juranice Martins, da comunidade quilombola Sibéria localizada no
município de Bequimão, relatou que no dia 12 de março, policiais
incendiaram a casa do seu vizinho de nome Leandro. Segundo Dona
Juranice, o fazendeiro Carlos Jorge chegou com 2 camburões da polícia e
um outro carro com 2 oficiais de justiça dizendo que tinha uma ordem
judicial para destruir tudo.
“Eles
não mostraram nenhum papel, o dono da casa estava no trabalho, mesmo
assim eles derrubaram a cerca e tocaram fogo na casa queimando seus
documentos, seus pertences e um dinheirinho que ele guardava para
comprar alimentos. Esse fazendeiro sempre quis tomar essa área, meu avô
tem 96 anos, nasceu e se criou aqui e agora ele quer tomar nossa terra”.
Denunciou D. Juranice.
Casos
como esses são comuns no Maranhão, um Estado onde a impunidade campeia,
no início deste ano jagunços queimaram 2 casas de quilombolas na
comunidade Santa Maria dos Moreiras, zona rural de Codó a 300 km de São
Luis. Segundo boletim de ocorrência registrado na delegacia de Codó os
jagunços atearam fogo nas casas dos trabalhadores a mando do líder do
Governo de Roseana Sarney, deputado estadual Cesar Pires.
Vias de fato
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