“Mulheres
sem terra, qual é sua missão, acabar com o latifúndio e fazer
revolução”. Foi assim que mais de mil mulheres, adentraram a fazenda
Água Vermelha, de 2.900 hectares, no município de Itabela, com plantio
de eucalipto. Agora somam-se 23 acampamentos em áreas de Veracel
Celulose e Suzano Bahia Sul na região. São cerca de 7 mil famílias
acampadas.
O silêncio da madrugada foi substituído
pelo tilintar dos facões e o barulho das árvores inúteis que caiam em
fileiras. E quando o sol brilhou no horizonte, as incansáveis mulheres
seguiam derrubando eucaliptos e construindo os barracos, que surgem na
ordem das necessidades. Em primeiro lugar a cozinha e o posto de saúde.
Nenhum sinal de cansaço. E, quando, indagou-se a respeito, cantaram,
“oh, abre alas que as mulheres vão passar, com essa ocupação muita coisa
vai mudar. A nossa luta não é forno e fogão, a nossa chama vem do fogo
da revolução”.
Esse ato, tem como objetivo denunciar a
concentração de terras na região pelas empresas de celulose; a
degradação do meio ambiente; a violência causada pela expulsão do homem
do campo e o alto índice de desemprego.
Recentemente o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP) divulgou que “a Bahia concentra cinco dos dez
municípios com os maiores índices de vulnerabilidade juvenil à violência
(IVJ-Violência). Eunápolis está no topo da lista, em primeiro lugar.
Também estão entre os mais vulneráveis Porto Seguro, Paulo Afonso, Lauro
de Freitas e Teixeira de Freitas”. Dos cinco, três estão no Extremo Sul
da Bahia. Eunápolis, Porto Seguro fazem parte do projeto da Veracel
Celulose e Teixeira de Freitas está emergida no eucaliptal da Suzano
Bahia Sul.
“O índice considerou as taxas de
violência a que os jovens de 12 a 29 anos de idade estão expostos,
considerando homicídios; mortalidade no trânsito; pobreza, desigualdade
socioeconômica; frequência dos jovens nas escolas e o acesso ao mercado
de trabalho. O levantamento comparou os dados de 2007 e 2010, em 283
cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes em 2010”.
A REDE ALERTA CONTRA O DESERTO VERDE vem
a público novamente, repudiar este modelo de desenvolvimento baseado na
exclusão social, na exploração dos recursos naturais e das pessoas que
herdamos da colonização e vem mudando de roupagem em cada nova ordem.
Monarquia e república e hoje, o mito da democracia. Um modelo
concentrador de terras, de renda e de tecnologias que rouba os direitos
das pessoas e empurra a maioria para as cidades que fazem desta um campo
de batalha visto que elas se amontoam em condições desumanas. Isto
resulta em violência permanente da fome, prostituição, crianças e
adolescentes abandonados, da discriminação, violência contra mulher,
pobres e negros, do crime e da marginalidade.
REFORMA AGRÁRIA: POR UM BRASIL LIVRE DE LATIFÚNDIOS
Extremo sul da Bahia, 04 de março de 2013.
REDE ALERTA CONTRA O DESERTO VERDE – Brasil
racismo ambiental
Reintregação de posse já...
ResponderExcluirBandidos, depredadores de patrimônio alheio...
Pilantras..
Vão trabalhar cambada...