Ação do ICMBio, do PNUD e da
embaixada da Noruega trabalhou por cinco anos na criação de bases para a
implementação de políticas públicas nas reservas
Reservas extrativistas da Amazônia. Foto: Aurelice Vasconcelos/ICMBio
Principais resultados para Reservas Extrativistas:
•13 com limites demarcados
•15 sinalizadas
• 22 com bases cartográficas atualizadas
•10 com contratos de concessão real de uso
• 2 com processos de desapropriação
•13 com limites demarcados
•15 sinalizadas
• 22 com bases cartográficas atualizadas
•10 com contratos de concessão real de uso
• 2 com processos de desapropriação
12 Abril 2013
do PNUD
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) e o PNUD desenvolveram um projeto que ajudará a afirmar no
mapa das políticas públicas algumas comunidades do Brasil que por muito
tempo estiveram à margem do desenvolvimento. O projeto “Gestão de
Reservas Extrativistas na Amazônia Brasileira”, financiado pela
embaixada da Noruega, garantiu estruturas básicas de organização popular
e o zoneamento das terras em 22 reservas extrativistas da Amazônia.
As reservas extrativistas são um modelo de Unidade de Conservação
(UC) criado no Brasil, fruto da luta dos trabalhadores destas áreas –
tais como o próprio Chico Mendes, assassinado por defender a causa desta
população. Nestes territórios, a sinergia entre homem e natureza é um
exemplo de sustentabilidade, pois as comunidades têm a consciência de
que a floresta é fundamental para o desenvolvimento humano da região.
Ainda este ano, o ICMBio vai lançar o Plano Nacional de Fortalecimento
do Extrativismo, integrado por representantes do governo e da sociedade
civil, que ampliará os debates e a estruturação de propostas de apoio à
pauta extrativista.
As primeiras atividades do
projeto, inicialmente propostas para apenas cinco reservas, começaram
em 2009. Com o objetivo de realizar a regularização fundiária para a
delimitação de algumas das reservas, desenvolver a gestão participativa e
fortalecer a produção sustentável das reservas extrativistas, o projeto
conseguiu atingir um número quatro vezes maior de reservas da região
amazônica do que o previsto, abrangendo os estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia e Tocantins.
O
primeiro desafio do projeto foi a consolidação territorial das
reservas. Todas elas tiveram suas bases cartográficas revisadas. Isso
permitiu a elaboração de mapas básicos de planejamento para estas
regiões, auxiliando na sinalização e demarcação de alguns destes
territórios, por exemplo. O projeto abriu as portas para que contratos
de concessão real de uso fossem firmados. O instituto de Concessão de
Direito Real de Uso (Decreto-Lei N° 271, de 28 de fevereiro de 1967,
artigo 7°), define-se como sendo o "contrato solene, pelo qual se
transfere, a título de direito real, o usufruto temporário, por prazo
certo ou indeterminado, de terreno público ou particular, para fins
específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo da
terra ou outra utilização de interesse social".
Em
outras palavras, é um contrato administrativo pelo qual o poder público
atribui um bem de seu domínio a particular, para que explore segundo a
sua destinação específica. Por ser um instrumento de natureza
contratual, que contém detalhamento adequado aos objetivos da Reserva
Extrativista, confere maior segurança e estabilidade à relação jurídica
estabelecida entre o concessionário e a Administração Pública.
Gestão participativa e desenvolvimento sustentável
Para
garantir a gestão participativa e o desenvolvimento sustentável das
reservas, o projeto enfocou suas ações na capacitação pessoal dos
extrativistas. Foram realizados o cadastramento da população
beneficiária das reservas e cursos e seminários para a formação destas
comunidades. Ainda nesta atividade, Planos de Manejo e de utilização
foram elaborados com a participação dos beneficiários das reservas. Além
disso, o projeto ajudou a reativar os conselhos deliberativos de 15
reservas e a criação destes conselhos em sete outras localidades. A
equipe do projeto ainda auxiliou os trabalhadores a desenvolver planos
de negócio que impulsionem a economia da região, priorizando as
características de cada reserva: desde o ecoturismo até a produção de
frutos, como o açaí, e a produção de óleos e subprodutos do babaçu,
buriti e bacuri.
Seminário de encerramento do projeto. Foto: Yuri Lima/PNUD BRASIL
Estes
foram alguns dos principais resultados apresentados em um seminário, no
dia 9 de abril em Brasília, que marcou o fim do projeto e propiciou a
interação entre os representantes de reservas atendidas e os parceiros
do ICMBio, do PNUD e da embaixada da Noruega.
Para
o representante residente do PNUD e coordenador residente do Sistema
ONU no Brasil, Jorge Chediek, os ganhos destas comunidades que vivem do
extrativismo vão além do que se pode quantificar. Durante o evento, ele
lembrou que o principal indicador do sucesso do projeto só poderá ser
visto daqui a cinco anos, com a consolidação das ações. Chediek espera
que “estas 15 mil famílias que moram nas 22 áreas sejam atores e
exemplos deste modelo de desenvolvimento global do qual o mundo precisa
urgentemente.”
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