Os peixamentos com espécies nativas – importante ação ambiental da
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf) – irão chegar em breve à bacia do rio Parnaíba.
Este foi o tema de reunião na superintendência regional da Companhia no
Piauí entre a Codevasf e diversos órgãos vinculados à proteção ambiental
no estado, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR),
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Piauí (Fapepi), Fundação de Proteção ao Meio Ambiente e
Ecoturismo do estado (Funpapi) e Sindicato dos Pescadores e Pescadoras
Artesanais de José de Freitas (Sindipesca).
De
acordo com o diretor da Área Revitalização da Codevasf, José Augusto
Nunes, que presidiu a reunião, o encontro faz parte das ações
estratégicas da empresa para revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio
Parnaíba.
O biólogo Yoshimi Sato, doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade de São Carlos, que trabalha no
Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, no
município de Três Marias, em Minas Gerais, será um dos coordenadores
dessa iniciativa, que atualmente é desenvolvida pela empresa na bacia do
rio São Francisco. Somente no ano de 2012, foram soltos 5,5 milhões de
alevinos no Velho Chico pelos sete Centros operados pela Codevasf.
Revitalização e sustentabilidade
A
programação de Sato no Piauí se estende durante toda esta semana e
inclui também uma ida à estação de piscicultura de Nazária para
verificação e orientação quanto ao planejamento para elaboração de projeto de
produção de peixes nativos do rio Parnaíba, visita ao laboratório de
pesquisa em piscicultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Piauí, em Teresina, visita às estações de piscicultura em
Porto Alegre do Piauí e Piripiri e ao Centro de Referência em
Aquicultura e Pesca de Parnaíba (PI), além da visita ao Mercado do
Peixe, em Teresina.
A
produção de alevinos de espécies nativas para recomposição da ictiofauna
de rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos visa não só à
revitalização desses ambientes, mas também a sustentabilidade da
atividade pesqueira, com o aumento da abundância de peixes e a
diminuição dos efeitos da pressão do esforço de pesca sobre algumas
espécies mais visadas, além de adicionalmente possibilitar a recuperação
do estoque de algumas espécies de peixes que se encontram ameaçadas de
extinção.
Os
peixamentos também são uma importante forma de divulgar conceitos de
educação ambiental com foco na interdependência entre conservação da
biodiversidade, qualidade de vida e economia local.
Para o
diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, José
Augusto Nunes, essas ações melhoram a vida da comunidade ribeirinha além
de possuírem caráter educacional.
"Os
jovens, sobretudo as crianças, têm a oportunidade de conhecer as
espécies que já são raridade no rio. A gente perpetua as espécies,
garantindo o estoque pesqueiro para gerações futuras, o que melhora a
vida das populações ribeirinhas. O objetivo da Codevasf é promover a
revitalização do rio, garantindo a sobrevivência das espécies", destaca o
diretor.
Ganhos ambientais, sociais e econômicos
A
revitalização de bacias hidrográficas é uma área importante de atuação
da Companhia e engloba aspectos ambientais, sociais e econômicos.
"A
primeira função do povoamento é a conservação da biodiversidade, uma vez
que muitas espécies de peixes estão em processo de extinção. A segunda
etapa se dá em função da grandeza dos programas de peixamento, que é
atender a pesca artesanal e a esportiva, por ser feita em ambientes
públicos, como rios, lagos, reservatórios – uma ferramenta importante
para economia regional”, observa o biólogo Yoshimi Sato.
Quanto
ao processo de planejamento para soltura de alevinos no rio Parnaíba,
Sato acrescenta que a ação humana é necessária para manutenção das
espécies de peixe, uma vez que a interferência do homem no meio ambiente
é causa desta extinção.
“Na
bacia do Parnaíba, uma das tarefas fundamentais da Codevasf é começar
com o peixamento das espécies de cunho econômico e ecológico. Vamos
montar um programa de curto, médio e longo prazo para que algumas ações,
a depender da infraestrutura existente, já apresentem resultado no
próximo ciclo de pesca", ressalta o biólogo.
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