A
Superintendência Regional do Incra no Maranhão participou na
quinta-feira (4) de uma audiência pública para tratar de conflitos
fundiários em imóveis localizados em terras da União, na Região
Tocantina. A reunião foi uma solicitação do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) e aconteceu durante a manhã, na sede da Unidade Avançada do Incra em Imperatriz.
Foram
selecionadas áreas prioritárias para os debates, entre elas, Cipó
Cortado e Batata da Terra, no município Senador La Rocque, e Ouro Preto,
em Amarant. “Esperamos sair daqui com um procedimento que possa ser
adotado para resolver conflitos existentes em outras áreas também em
terras da União”, afirmou a coordenadora do MST na região, Gilvânia
Ferreira.
As discussões,
no entanto, centralizaram-se nos litígios em Cipó Cortado, que se
arrastam há mais de dez anos e que são resultados de grilagens ocorridas
nas décadas de 70 e 80 do século XX, em terras da União. Atualmente, os
7.200 hectares dessa área estão sendo arrecadados pelo Programa Terra
Legal, mas devido à existência de várias ações na Justiça, os conflitos
ainda estão sem definição judicial.
Para o
superintendente regional do Incra no Maranhão, José Inácio Rodrigues, as
questões jurídicas acabam travando as soluções para os litígios e
dificultando o atendimento dos agricultores. “Só o empenho do Incra às
vezes não é suficiente para solucionar as questões na luta pela terra,
daí a importância desse esforço conjunto”, afirmou
Acordos
Ao final ficou
acertado que uma área de 2.800 hectares, pertencente ao imóvel Cipó
Cortado e que não possui ações judiciais, será arrecadada pelo Programa
Terra Legal e destinada ao Incra para assentamento dos agricultores. O
Terra Legal comprometeu-se - por meio de sua superintendente nacional de regularização fundiária, Shirley Nascimento -, a iniciar a demarcação do perímetro dessa área, dentro de 30 dias.
A outra parte,
com pendências na Justiça, vai integrar uma agenda a ser debatida com
outros entes como a Ouvidoria Agrária Nacional e o Ministério Público
Federal a fim de discutir procedimentos que agilizem a solução dos
impasses. A reunião para discutir esta agenda deverá acontecer nos
próximos 15 dias e vai incluir também os imóveis Batata da Terra, Ouro
Preto, Toca da Raposa e Mata Verde, todos sob análise da Justiça.
Ainda na
tentativa de resolver os conflitos agrários na região, o superintendente
do Incra, a superintendente do Terra Legal, coordenadores do Terra
Legal no estado, defensor público estadual e representantes dos
trabalhadores rurais estiveram em audiência na Justiça Federal. Foi
solicitado prioridade na análise dos processos buscando solucionar os
conflitos pela posse da terra, entre eles, os referentes aos imóveis
Invenção Gameleira, Batata da Terra, Arizona, Ouro Preto e Mata Verde.
O defensor
público estadual, Fábio Machado, presente na audiência, pediu mais
celeridade às ações. “Muitas questões ficam pendentes na Justiça,
prejudicando os agricultores e acirrando os conflitos”, afirmou.
Também
participaram da audiência coordenadores do Programa Terra Legal no
Maranhão, Jowberth Alves e Ary Kurz, O chefe da Unidade do Incra em
Imperatriz, Cloves Carvalho e representantes do MST e da Federação dos
Trabalhadores Rurais na Agricultura no estado do Maranhão (Fetaema).
(Material atualizado às 10h45min, de 09.04.2013)
incra.gov.br
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