terça-feira, 20 de março de 2012
O Latifundio e o eucalipto no Baixo Parnaiba maranhense
Além do fato óbvio de paralisar as atividades da Suzano no Baixo Parnaiba maranhense, a liminar que a Justiça Federal promoveu a pedido do Ministério Público Federal permite uma melhor compreensão da parte da sociedade civil sobre como se comporta da Suzano Papel e Celulose no estado do Maranhão.
Costumam dizer para quem quiser ouvir que o agronegócio do eucalipto é um dos mais modernos da economia brasileira. Com certeza, ele se beneficiou, assim como a soja, das inúmeras pesquisas realizadas nas últimas décadas patrocinadas pelo Estado e pela iniciativa privada. O resultado desse investimento em pesquisa é o avanço despudorado dos plantios de eucalipto pelo Brasil. Quando a pesquisa e o discurso laudatório não resolvem as contradições, entram as oligarquias. Para contornar as adversidades sociais a um empreendimento como o que pretende implantar em boa parte do estado, a Suzano Papel e Celulose, muito prontamente, aliou-se aos setores mais conservadores da política e da economia maranhenses. Essa afirmação se refere, é claro, à família Sarney, mas ela se dilacera para além dos portões do palácio Henrique de La Roque. No município de São Bernardo, o ex-prefeito Coriolano chantageou os vereadores para derrubarem a lei do ex-vereador Gilvan Alves que proibia os plantios de eucalipto. No município de Chapadinha, as oligarquias locais (Bacelar e Lyra) que, por tanto tempo, esfalfaram-se em cima dos recursos provenientes dos bancos oficiais para desmatarem áreas de Chapada e de Baixão para plantarem capim e criarem gado, venderiam fácil as suas propriedades para a Suzano Papel e Celulose em vez de repassa-las ao Incra que regularizaria as famílias de posseiros que habitam por séculos essas áreas. Pelo que se sabe, o Incra paga bem melhor que a Suzano e os proprietários de Chapadinha que assinaram contratos com a empresa até hoje não receberam nada.
Por:Mayron Régis
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