O preconceito das elites com relação a agricultura familiar e a reforma agrária, que dificulta as ações do Incra com vistas a desapropriação de áreas para ou assentar ou regularizar famílias, enfeita parte do trajeto histórico socioeconômico dessas elites que por décadas apenas cumpriram um papel secundário ou de secundarista na formação politica do Baixo Parnaiba maranhense. Elas nunca tiveram luz própria, diferente do quis fazer crer a família Lyra quando atacou os assentamentos de reforma agrária no município de Chapadinha através de um pau mandado durante reunião no povoado Mangueira. Ao menor sinal de mudança política, essas elites mudavam de mala e cuia para o grupo vencedor. A Suzano Papel e Celulose, em todo o Maranhão, propôs comprar tudo que houvesse de propriedades com documentação factível. Aos olhos desse pessoal, os projetos mirabolantes da Suzano Papel e Celulose para o estado mudavam os cenários que desabonavam suas existências perante outros grupos políticos. É só pensar na resposta dada pela Scarlett Ohara do Maranhão, a governadora Roseana Sarney, para o deputado Magno Bacelar em Grajau: “Eu já estou levando um projeto de bilhões para Chapadinha e você quer mais”. O projeto em questão é o da Suzano.
Com a luz e o cenário novos da Suzano, os holofotes que antes iluminavam as elites em seus afazeres políticos e de negócios iluminam outros grupos em ascensão. Não dá para dizer que grupos são esses que o eucalipto eleva a categorias antes inimagináveis no contexto do Baixo Parnaiba maranhense. Verifica-se que as questões da agricultura familiar e do extrativismo persistem nesse contexto. Antes os agricultores e suas representações como sindicatos e associações pouco ofereciam de resistência a essas elites e aos representantes do agronegócio. O que se vê, atualmente, são comunidades por todo o Baixo Parnaiba reclamando seus direitos.
Por: Mayron Régis
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