sexta-feira, 2 de março de 2012

Mondi estuda compra de 50% de projeto da Suzano



O grupo anglo-sul-africano Mondi, produtor de papéis e embalagens com ações negociadas nas bolsas de Johannesburgo e Londres, estuda a compra de 50% do projeto de celulose da Suzano no Maranhão.  A indústria, que está sendo erguida no município de Imperatriz, receberá investimento de US$ 2,9 bilhões, dos quais US$ 2,3 bilhões em máquinas e equipamentos.

As negociações estão em fase preliminar, mas embora tenha ficado "assustado" com o investimento, o Mondi tem interesse na fábrica.  A Suzano procura um sócio na área de celulose, mantendo o controle do negócio, com o objetivo de reduzir o endividamento.

O grupo anglo-sul-africano Mondi, produtor de papéis e embalagens que tem ações negociadas nas bolsas de Joanesburgo (África do Sul) e Londres e receita anual da ordem de € 5,7 bilhões, está estudando a compra de 50% do projeto de celulose da Suzano Papel e Celulose no Estado do Maranhão.  A unidade fabril receberá investimento total de US$ 2,9 bilhões, dos quais US$ 2,3 bilhões referentes à parte industrial.

As tratativas, conforme uma fonte do setor, ainda estão em fase preliminar.  A Mondi tem interesse no negócio, embora tenha ficado "um pouco assustada" com o montante do investimento.  A fábrica, que está sendo erguida no município de Imperatriz, terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto e tem data prevista para iniciar operação em novembro de 2013.

A Suzano reiterou, recentemente, que o programa de financiamento da unidade está "substancialmente equacionado", com R$ 2,7 bilhões já contratados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e mais R$ 1,2 bilhão em debêntures mandatoriamente conversíveis em ações, já colocadas no mercado.

Contudo, a empresa admitiu que poderá vender a um sócio estratégico uma parcela de seus projetos na área de celulose - a companhia também planeja uma nova fábrica no Piauí -, sem abrir mão do controle, ou determinados ativos de papel.  A medida teria por objetivo reduzir seu endividamento, uma vez que o nível de alavancagem já ultrapassou o teto de 3,5 vezes na relação medida entre dívida líquida e resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

Nos anos 90, a Mondi teve posição significativa na indústria brasileira de celulose, por meio da participação no bloco de controle da antiga Aracruz, fabricante de celulose branqueada de eucalipto que se uniu à Votorantim Celulose e Papel (VCP) na Fibria em 2009.  Em outubro de 2001, a Mondi Brazil, à época uma subsidiária da mineradora Anglo American, acabou vendendo sua fatia de 28% do capital votante, ou 12,3% do capital total, da empresa brasileira para a VCP por US$ 370 milhões.  Assim, os quatro grandes controladores da Aracruz passaram a ser o grupo Lorentzen, Banco Safra e VCP, cada um com 28% das ações ordinárias, e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com 12,5%.

Desde julho de 2007, o grupo Mondi deixou de fazer parte da estrutura da Anglo American, diante da decisão da mineradora de se concentrar em suas principais áreas de negócio.  Multinacional que atua no segmento de papéis e embalagens, a Mondi está presente em 28 países e empregava, ao fim do ano passado, 23,4 mil funcionários.  As principais operações do grupo estão situadas, hoje, na Europa Central, Rússia e África do Sul.

No ano passado, o grupo Mondi registrou resultados recordes, conforme relatório que acompanha o balanço financeiro.  No exercício, o grupo apurou receitas de € 5,739 bilhões, uma alta de 2,3% ante o verificado em 2010.

O lucro operacional consolidado, por sua vez, avançou 35,8%, para € 622 milhões, impulsionado pelo cenário positivo para os negócios em que está presente, a despeito da desaceleração da demanda na segunda metade de 2011.  A divisão Europa e Internacional, por meio dos negócios de papéis finos não revestidos, ondulado e sacolas, contribuiu com € 611 milhões do resultado.  Outros € 62 milhões vieram da divisão sul-africana.  A divisão de papel imprensa, por sua vez, registrou perda de € 18 milhões no ano.

Conforme a fonte ouvida pelo Valor, a Suzano tem buscado potenciais compradores para sua máquina de papel-cartão e unidade de papel offset, mas os valores pedidos têm desestimulado eventuais ofertas.  Procurada, um porta-voz da Mondi na África do Sul informou que o grupo "não comenta especulações".  A Suzano, por sua vez, afirmou que "não confirma absolutamente as informações relacionadas a negociações de participação em alguns de seus ativos".Fonte: Valor Online

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