quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Excesso de oferta desafia mercado de celulose



TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO Depois de investir alto na expansão da capacidade para produção de celulose, empresas brasileiras podem demorar mais que o previsto para recuperar o capital. Cerca de R$ 12 bilhões estão sendo destinados aos dois maiores projetos do setor no mundo até aqui: a fábrica da Eldorado em Três Lagoas (MS), inaugurada em dezembro, e a da Suzano em Imperatriz (MA), que começa a operar no fim deste ano. Editoria de Arte/folhapress Com capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose em cada unidade, o Brasil responderá por cerca de 70% da oferta adicional da commodity no mundo entre 2013 e 2014. O crescimento não para por aí. Em dezembro, a Celulose Riograndense confirmou a expansão de sua fábrica em Guaíba (RS), que consumirá R$ 4,9 bilhões em recursos. A capacidade passará das atuais 450 mil toneladas por ano para 1,75 milhão de toneladas ao ano em 2015. O apetite das indústrias, no entanto, pode provocar sobra de celulose em 2013 e 2014, reduzindo os seus preços. "O mercado corre o risco de excesso de oferta", afirma Wemerson França, economista da LCA. Enquanto a demanda mundial por celulose deve crescer aproximadamente 1 milhão de toneladas por ano entre 2013 e 2014, a quantidade de produto disponível aumentará 2 milhões de toneladas a cada ano, estima Juan Tavarez, analista do Citi. A crise na Europa, principal destino das exportações brasileiras de celulose, com 45% do total, e a desaceleração econômica na China, responsável por outros 26%, atrapalham o crescimento do consumo mundial. Com a oferta maior do que a demanda, a queda das cotações será inevitável. "Os preços devem cair 2% em 2013 e 9% em 2014", diz Tavarez. ESPERANÇA CHINESA Para absorver a produção, as empresas apostam no processo de urbanização chinês e no maior consumo de papel que ele deve provocar. "O potencial de crescimento na China é enorme", afirma Alexandre Yambanis, diretor da Suzano. Segundo ele, o consumo per capita de papel para fins sanitários é de 2,5 quilos por ano na China, enquanto a média dos países ocidentais está entre 20 quilos e 25 quilos por pessoa ao ano. Como a celulose de eucalipto, produzida no Brasil, é a mais indicada para a fabricação desse tipo de papel, as empresas acreditam no aumento da participação do Brasil no mercado mundial. A Eldorado trabalha com uma estimativa de crescimento anual entre 2% e 2,5% na demanda mundial por celulose nos próximos anos. "Isso significa uma demanda adicional entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas por ano. É como se a cada ano uma fábrica do porte da Eldorado tivesse de ser construída", diz o presidente da empresa, José Carlos Grubisich.

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/economia/2013/01/02/excesso-de-oferta-desafia-mercado-de-celulose-em-2013.jhtm

Nenhum comentário:

Postar um comentário