No
período de 15 a 20 de dezembro de 2012,
estivemos mobilizados realizando trabalhos de coletas de frutas
nativas e vigilância de nosso território. As ações aconteceram
nas regiões das aldeias, (desativadas) Cocalinho e Buriti Cumprido,
localizadas nos municípios de São Bento do Tocantins e
Cachoeirinha, extremo oeste desta terra indígena. Essas atividades
fazem parte de nosso Plano Permanente
de Vigilância e Proteção Territorial,
que foi elaborado em 2009, em parceria com a FUNAI.
As ações foram planejadas e executadas com o apoio da
Associação União das Aldeias Apinajé-
PEMPXÀ, em parceria com a FUNAI/CTL de Tocantinópolis-TO, e cerca
de 60 indígenas (principalmente jovens) estiveram envolvidos na
execução dos trabalhos. Essas andanças no interior de
nosso território, visam a ocupação dessa parte da área e o
aproveitamento dos recursos naturais, caça, pesca e a coleta de
frutas nativas; como a bacaba, bacuri e buriti, que estão sendo
muito exploradas e roubadas por não - índios.
No primeiro dia de trabalhos, improvisamos uma ponte
sobre o ribeirão dos caboclos, (a ponte que havia no local foi
incendiada por invasores). Durante as incursões, realizamos intensa
vigilância e levantamentos das regiões de chapadas e matas ciliares
do ribeirão dos caboclos e ribeirão São Bento; visitando e
monitorando locais que podem estar sendo invadidos por caçadores,
madeireiros, arrendadores e outros intrusos, que nessa época invadem
(especialmente) em busca de fazer coleta de frutas. Nessa primeira
fase das atividades, conseguimos coletar uma quantidade significativa
de polpas (principalmente) de bacuri, que estão sendo vendidas, para
a empresa Fruta Sã,
de Carolina - MA.
Para execução das ações, dispomos de modernos
equipamentos de tecnologia da informação; filmadoras, máquinas
fotográficas, rádios de comunicação móveis e GPS, que estão
sendo usados para documentar, fotografar, fazer mapeamentos e marcar
as coordenadas geográficas dos locais visitados. As informações
levantadas, relatórios e denuncias de possíveis crimes contra o
patrimônio indígena, estão sendo encaminhadas à FUNAI,
MPF, Polícia
Federal e IBAMA
para providencias.
Essas informações poderão ser usadas também em
futuras Operações de Fiscalização e
Proteção Territorial em parceria com a
FUNAI. E em breve serão utilizadas pela associação PEMPXÀ,
na elaboração de um Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios
Florestais da TI. Apinajé, proposta que levaremos ao Corpo de
Bombeiros, Prefeituras, FUNAI e IBAMA, com o objetivo de
prevenir e evitar as queimadas, que todos os anos atingem as
chapadas e matas ciliares e estão destruindo importantes áreas de
caça, pesca e coleta de babaçu, bacuri, pequi, buriti, açaí e
bacaba. Veja algumas fotos das atividades.
BOAS FESTAS E FELIZ 2013, a todos os aliados e parceiros da causa indígena..
Aldeia Patizal, 23 de dezembro de 2012.
Associação União das Aldeias Apinajé -
PEMPXÀ
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Ponte queimada sobre o ribeirão dos caboclos. |
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Homens carregam os bacuri do mato. |
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Lideranças visitam e monitoram locais dentro da área indígena. |
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Bacaba, usada para fazer sucos, sorvetes e vitaminas. |
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Árvore de bacuri, carregado com frutos. |
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Frutos do bacuri, coletados. |
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Florestas de bacuri, agredidas pelos projetos de eucaliptos. |
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Fruto do bacuri. |
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Alternativa econômica para povos indígenas. |
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Cerrado no norte Tocantins, áreas de ocorrências do bacuri. |
O que foi feito do bacuri recolhido?
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