sábado, 22 de março de 2014

Passeata marca encerramento do Encontro de Comunidades Tradicionais da Região dos Cocais

Representantes de mais de 20 comunidades tradicionais da região dos Cocais estiveram reunidos em Codó durante toda esta semana discutindo problemas que os afetam todo dia. Parte significante delas reclamou de conflitos agrários violentos, que nem sempre são entre fazendeiros e posseiros.
Em Abundância, zona rural de Timbiras, de onde é dona Lucimar Santos Nunes Caldas, um agricultor foi morto este ano e seis famílias tiveram que ir embora pra cidade por causa de uma rixa entre lavradores.
“Passando fome nós temos medo de ir lá, nosso arroz tá lá, as nossas galinhas tão lá, nossas roças ficaram pra capinar, a única verdurinha que nós tinha tão ficando por lá e nós aqui passando necessidade porque nós tem medo de ir lá (…) é um lavrador que está fazendo tudo isso”, revelou temerosa
 DIFICULDADES EM CODÓ
No município de Codó as dificuldades são diversas. Em Buriti-Corrente, contou o presidente Antonio Borges, há mais de um ano mais de 100 famílias aguardam decisão da Justiça sobre a posse da terra e todas encontram-se prejudicadas.
“Nós não podemos acessar nenhum dos projetos dos programas do governo porque nós não temos a terra, precisamos da terra pra poder receber esses projetos…QUANTAS FAMÍLIAS SÃO LÁ? Nós somos 152 famílias”, respondeu
Em muitos povoados, lavradores denunciam que vivem debaixo de ameaça constante. Onde dona Maria Romana  mora, em Queimadas, nem a capelinha para o exercício da religião católica os lavradores puderam levantar
 “é muito difícil, eles impediram que eu fizesse uma capelinha simples porque eles não querem que a gente faz porque não aceitam que vá pessoas de mais conhecimento do que nós porque eles dizem que a gente quer é tomar a comunidade deles (…) pessoal tem medo de agir porque eles ficam intimidando as pessoas direto”, denunciou à TV Mirante
O encontro teve o intuito de debater temas relacionados à problemática rural e, ao final, criar um plano de ação cuja finalidade maior  é tentar, ao menos, diminuir estas dificuldades, como explicou um dos participantes, o professor Mário Sérgio Moreira de Queiroz.
“Essas questões do conflito, da falta de compromisso do Poder Público para com o homem do campo, essa questão do desenvolvimento dessas comunidades, o que podemos para que isso seja acelerado…E ISSO É QUE VAI CONSTAR NA AGENDA FINAL? No final nós vamos construir esta agenda, tipo assim um plano de ação”, disse
 O encontro, que aconteceu no Centro Comunitário  da Paróquia São Raimundo e teve como uma das organizadoras a Pastoral da Terra do Maranhão, foi finalizado ontem (21) com uma grande passeata pelas ruas de Codó.
Acelio Trindade

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