sexta-feira, 14 de março de 2014

Juiz suspende desmatamento para carvoarias em serra de Curimatá

O juiz do município de Curimatá, Edilson Chaves de Freitas (a 738Km de Teresina) concedeu Ação Cautelar  suspendendo o desmatamento na Serra do Gado Bravo, importante área verde do município, que havia sido liberado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente-Semar, para instalação de um projeto de produção de carvão da empresa Agropecuária Terra e Floresta do Brasil, que se diz proprietária de mais 20 mil hectares na região.


A suspensão atende solicitação do Ministério Público, através do Promotor José William Pereira Luz, responsável pelo Inquérito Civil que vai apurar a legalidade do empreendimento.  Segundo o promotor, trata-se do princípio da precaução, que é uma ação antecipatória para proteger o meio ambiente da região que vinha sofrendo grandes impactos com a destruição da mata nativa.

O desmatamento na Serra do Gado Bravo teve início em novembro passado e ganhou repercussão no município devido à importância da área para grande parte da população que depende dos olhos d'água existentes na serra e que abastece 30% das residenciais da periferia da cidade bem como da zona rural.


De acordo o biólogo Ronaldo de Carvalho, responsável por mobilizar a Rede Ambiental do Piauí-REAPI, que acionou o Ministério Público, nos anos 90 a área havia sido destinada a instalação de uma Unidade de Conservação, havendo até mesmo um decreto municipal, porém, como não foram realizadas as coordenadas geográficas, o decreto municipal perdeu a validade.

Ainda segundo Ronaldo, além da importância biológica da Serra do Gado Bravo, as comunidades de Curimatá e também do município de Parnaguá nutre por ela um sentimento de patrimônio cultural/ambiental de valor inestimável. “A nossa água vem de lá, não podemos permitir que matem os olhos d´água e instale carvoarias em tão rico patrimônio”, comentou.

Protesto no dia da Água

Para fortalecer a campanha pela proteção da Serra do Gado Bravo, estudantes, professores, donas de casa e simpatizantes da causa, estão organizando um ato público em frente ao Fórum e passeata pelas principais ruas de Curimatá no dia 22 de março, Dia Mundial da Água. 

“Estamos certos que a Justiça vai conseguir barrar esse projeto, sabemos que ali se encontra a vegetação Mata Atlântica, assim como outros biomas. Tem ainda uma rica fauna e, principalmente, água, fundamental para nossa região semiárida”, comentou.


redacao@cidadeverde.com

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