segunda-feira, 24 de março de 2014

O Coriolanismo em São Bernardo



Como não podia se candidatar nas eleições de 2012, o senhor Coriolano indicou seu filho para disputar a prefeitura de São Bernardo, Baixo Parnaiba maranhense, em seu nome. Em quem mais ele confiaria para continuar o domínio da familia, senão em seu filho. A família Coriolano não dissimula que, de fato, ela manda em São Bernardo e adjascencias. O Chico sem Freio, presidente da Associação do Rio Buriti, pediu a Agerp de São Bernardo que lhe fornecesse a DAP, um instrumento que auxilia o agricultor na hora de obter empréstimo no banco. A Agerp negou o pedido sem explicar o porque. Só um tolo não veria nessa atitude da Agerp uma retaliação velada por parte do Coriolanismo ao Chico sem Freio que faz oposição ao mandonismo local. Chega a ser onipresente o mandonismo em São Bernardo. As comunidades de São Benedito, Alto Bonito e Coqueiro se reuniam na Mata Velha para discutir seus problemas fundiários quando o carro do prefeito passa. Foi por acaso ou alguém repassou informes sobre a reunião? Quem estava na caminhonete não se encorajou em descer. Os agricultores de São Benedito e do Coqueiro fazem suas roças na gleba Mata Velha. O Coriolano pai vendeu uma área contigua a Mata Velha para um empresário do sul. Sem consultar ninguém, nem mesmo os agricultores que possuíam roças nessa área. Os agricultores interditaram a estrada que liga São Bernardo a Tutoia. O Coriolano pai convenceu parte dos agricultores a desistirem do confronto e a receberem uma módica indenização pelos seus plantios.  Os agricultores se renderam e o empresário do sul iniciou os plantios de eucalipto na Chapada. Por enquanto, ele experimenta com os eucaliptos. Não há nada muito certo nos plantios. Parece coisa de principiante. Os agricultores suspeitam que os plantios de eucalipto se destinem a cerâmica que o Coriolano pai comprou. O Coriolanismo (Coriolano pai e seu irmão) custa caro para a cidade de São Bernardo desde os anos 70. O dinheiro da SUDAM possibilitou ao Coriolano pai e familiares a compra de fazendas e de gado. Dessa forma, nasceu um misto de pai e de herói para a população de São Bernardo. O morador reclama do Coriolano pai, mas não dispensa uma visita ao mandatário para pedir um dinheiro ou um favor pessoal. Para o agricultor, torna-se difícil separar o individuo do cargo. O Coriolano pai não é mais o prefeito de São Bernardo. Quem decide, quem resolve, é o Coriolano pai. Ele é o primeiro ministro, enquanto seu filho é a rainha da Inglaterra. Os moradores do povoado Cajueiro pediram ao Coriolano pai que os ajudasse na retirada de areia do leito do rio e no conserto da bomba de água. As resposta do mandatário foram no sentido de que o problema da água era um problema menor  em relação a outros problemas. Isso não se deu apenas no Cajueiro. As comunidades de São Bernardo comentam a indiferença do município quanto as questões ambientais e sócias que as afetam. A Codevasf distribuiu kits de irrigação para várias comunidades de São Bernardo. O comitê municipal sugeriu comunidades que são ligadas ao poder publico. As comunidades de Alto Bonito e São Benedito, refratarias ao Coriolanismo, foram totalmente alijadas do processo de indicação. Elas podem se dirigir a Codevasf e pedir o kit sem o consentimento do município. A comunidade da Baixa Grande convive há décadas com um problema seríssimo de rebaixamento do lençol freático em razão da desastrosa construção de uma ponte sobre o riacho. A presidente da associação da Baixa Grande revelou que o Coriolanismo impede que tipo de discussão ocorra sem a sua permissão e no caso da Baixa Grande quem dá a permissão é o vereador. Se dependesse do Coriolano pai os plantios de eucalipto da Suzano sufocariam a comunidade do Enxu. Os moradores do Enxu acreditam que isso não ocorreu porque o Fórum Carajás apareceu e mobilizou a comunidade para que não aceitasse o desmatamento da sua Chapada. A região de Enxu é de um Cerrado seco. Caso alguém desmate e queime sem os devidos cuidados, a tendência é o clima seco se acentuar. O Moacir conta que as cabeceiras do riacho que corta a comunidade foram desmatadas e queimadas, mas depois de um tempo sem realizar nenhum desmatamento e nenhuma queimada as cabeceiras já estavam pegando água.  
Mayron régis

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